Mãe de adolescente encontrada morta 8 meses após desaparecer havia pedido para filha se afastar de suspeito

Corpo de Giovana Pereira Caetano de Almeida, de 16 anos, foi enterrado em sítio em Nova Granada (SP)

A mãe da adolescente Giovana Pereira Caetano de Almeida, encontrada morta em um sítio em Nova Granada (SP) oito meses após desaparecer, havia pedido para a filha se afastar do empresário Gleison Luís Menegildo, preso por suspeita de envolvimento no crime.

Gleison, responsável pelo imóvel onde o corpo de Giovana foi encontrado, e o caseiro Cleber Danilo Partezani foram presos após admitirem à polícia terem enterrado a vítima. No entanto, pagaram fiança e foram soltos.

Giovana Pereira Caetano de Almeida, de 16 anos, encontrada morta enterrada em propriedade rural em Nova Granada (SP)/Foto: Reprodução/Redes sociais

Em entrevista à TV TEM, a mãe da adolescente, Patrícia Alessandra Pereira de Almeida, de 39 anos, disse que, por coincidência, já havia tido contato com o empresário por conta do trabalho e, quando soube que a filha estava se comunicando com ele por meio de mensagens, no primeiro momento a advertiu.

“Há um tempo, eu peguei no celular dela ela conversando com ele. Eu até chamei atenção. Falei: ‘filha, esse cara tem mais de 30 anos, 30 e poucos anos e você tem 16 anos… Não precisa disso’. A gente era muito amiga, ela me contava absolutamente tudo. Ela falou: ‘mamãe, eu saí com ele’. Até a gente discutiu. Ela falou: ‘ele ofereceu até para me pagar’. Eu falei: ‘você não precisa disso'”, contou.

A mãe disse que pediu para Giovana se afastar do suspeito e que, depois disso, a adolescente nunca mais comentou sobre o empresário. A vítima foi dada como desaparecida em dezembro de 2023, quando tinha 16 anos. À época, a família registrou um boletim de ocorrência.

Propriedade rural em Nova Granada (SP) onde a vítima foi encontrada morta — Foto: Arquivo pessoal

Propriedade rural em Nova Granada (SP) onde a vítima foi encontrada morta/ Foto: Arquivo pessoal

Oito meses depois, de acordo com a Polícia Militar, uma denúncia anônima informou que um corpo havia sido enterrado em uma propriedade rural. Os policiais foram até o local e abordaram o caseiro, que confirmou a informação e levou os policiais até o ponto onde o corpo foi deixado.

Ao encontrarem a ossada, os policiais foram atrás do responsável pela propriedade, que é empresário em São José do Rio Preto (SP). Gleison foi encontrado na empresa e, ao ser questionado e informado sobre o corpo, negou envolvimento inicialmente. Em seguida, confessou que levou o corpo até o sítio em 21 de dezembro de 2023 com a ajuda do caseiro Cleber Danilo Partezani.

Segundo Gleison, Giovana, que também era de São José do Rio Preto , foi até a empresa dele para uma entrevista de estágio. Ainda segundo ele, a adolescente fez uso de droga dentro do local e, por isso, começou a passar mal. Porém, a mãe acredita que a filha tenha sido forçada a consumir o entorpecente e suspeita que a Giovana tenha sido vítima de outros crimes também.

“Você é empresário, está com outros dois sócios. Você chamaria uma menina de 16 anos, às sete e meia da noite, para fazer uma entrevista? Ele confessou que a cocaína era dele, ou seja, não era dela. Ela não usava cocaína. Então, eles drogaram a minha filha. Depois disso, se ela começou a passar mal… Estavam os homens lá, por que nenhum chamou o Samu, se tinha uma criança passando mal?”, questiona a mãe.

“Passaram oito meses para aparecer uma denuncia anônima. Não tem como saber se ela teve estrangulamento, não tem como fazer exame toxicológico, não tem como saber se ela foi estuprada… Ou seja, eles se eximem de todos os crimes. Agora é só ocultação de cadáver, que são três anos”, reforça.

Indignação

O empresário e o caseiro foram presos após admitirem terem ocultado o corpo. No entanto, em seguida, eles foram soltos após pagamento de fiança no valor total de R$ 22 mil. O caseiro disse à polícia que abriu a vala para enterrar o corpo da adolescente a mando do empresário, que é chefe dele.

A mãe está indignada com a liberação dos suspeitos e pede mais rigor nas investigações.

“Tem muita questão que não bate, não existe. Eu quero saber a verdade. Foi muito bem arquitetado, mas eu preciso saber. Eu preciso saber o que aconteceu. Eu preciso que cada um tenha a responsabilidade dos seus atos.”

Patricia lembra que, após o desaparecimento da filha, ela procurou a polícia e fez uma varredura para conseguir informações sobre o paradeiro da adolescente. Após recebe a confirmação da morte, ela pede justiça e afirma que é difícil suportar a dor.

“Eu preciso pôr um ponto final nisso. Preciso que essas autoridades sejam dignas de me contar o que aconteceu. Estou destruída por dentro. Não vou voltar a viver tão cedo”, finaliza.

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