Uma reunião do G20, com o tema tema “Acabar com a tuberculose no contexto das mudanças climáticas: construindo evidências para informar ações”, debateu o avanço da doença no Acre.
O encontro, que aconteceu na última semana no Rio Grande do Norte, serviu para que as autoridades propusessem alternativas para apoiar a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e a Organização Mundial de Saúde (OMS) a desenvolver uma resposta à tuberculose, que é resiliente às mudanças climáticas.
Em julho deste ano, o Ministério da Saúde destinou R$ 100 milhões para fortalecer a vigilância e o controle da tuberculose em todo o país, e o Acre recebeu R$ 639,5 mil especificamente para o combate à doença no estado.
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“A ideia é discutir como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que visam a eliminação da tuberculose em 2030, podem ser impactados pelas mudanças climáticas”, explicou a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel.
Outra questão discutida foi sobre como a mudança climática pode afetar a microbactéria que causa a tuberculose. “Essas pesquisas já estão em curso, mas vamos nos aprofundar mais nesse cenário para entender e estabelecer ações diante dos impactos que essas mudanças de clima causam na microbactéria”, acrescentou Ethel.
O Ministério da Saúde lembrou que os fatores sociais, econômicos e ambientais como desigualdades, pobreza, insegurança alimentar, deslocamento em massa, interrupção dos sistemas de saúde, má ventilação e poluição do ar aumentam a suscetibilidade à tuberculose. Soma-se a isso os riscos relacionados às mudanças climáticas (calor extremo, inundações, tempestades, seca) que continuam alimentando as epidemias locais e dificultam o progresso em direção ao fim da doença nesses países, principalmente por meio da interrupção dos serviços de saúde e vias de insegurança alimentar.
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“Construir sistemas de saúde mais resilientes e ambientalmente sustentáveis é considerada uma das três grandes estratégias para responder ao efeito das mudanças climáticas e trazer saúde”, completou a nota técnica da pasta.
Doença no Acre
Com fácil contágio e longo tratamento, a tuberculose é uma das doenças que mais matam no mundo. O número de novos casos de tuberculose reduziu em 23% em 2023, se comparado com os casos de 2022.
Pelo menos 472 pessoas foram diagnosticadas com tuberculose em 2023 no Acre, segundo o Ministério da Saúde. Os casos foram registrados sendo 141 em mulheres e 331 em homens. No total, 299 foram na capital acreana, Rio Branco, com coeficiente de incidência em 72,3 por 100 mil habitantes.
O dado de 2023 é 23% menor que o número de novos casos de 2022, que foi de 621 pessoas. A doença contagiosa ainda atinge pelo menos 80 mil pessoas por ano no Brasil, desde crianças, até idosos.
O Boletim Epidemiológico de 2024 também aponta que dos 472 casos em 2023, três deles foram em crianças menores de cinco anos e 8 foram em pessoas menores de 15 anos.
Sobre o G20
O Grupo dos 20 (G20) é um dos maiores foros de cooperação econômica internacional, criado em 1999, e formado por 19 países, entre nações desenvolvidas e emergentes e pela União Europeia.
Ele surgiu em resposta às crises econômicas da década de 90 e tem como objetivo o fortalecimento da economia internacional e a discussão de temas fundamentais para o desenvolvimento socioeconômico global. Seu alcance ultrapassa a área em que o agrupamento começou e influencia a saúde global e seus movimentos.
Com uma composição diversa, que inclui países em diferentes níveis de desenvolvimento e culturas, o grupo tem a capacidade de iniciar projetos cujos benefícios podem se estender por todo o planeta, conseguindo antecipar grandes e amplos debates e buscar lugares de consenso e de convergência, antes de levar a discussão a um maior número de países e agentes interessados.