Brasileiros crescem na política dos EUA e alcançam cargos como prefeito e deputado

Filhos de imigrantes, eles agora querem atrair mais pessoas do Brasil para a política americana

“Quando entro na Câmara de Massachusetts, muitas vezes penso ‘poxa, de Ipatinga para o mundo’”, comenta Priscila Sousa, deputada estadual democrata. Nascida em Minas Gerais, ela faz parte de um pequeno grupo de brasileiros que entraram para a política nos Estados Unidos nos últimos anos e venceram eleições pelo Partido Democrata. Eles querem ajudar Kamala Harris a vencer a disputa presidencial e buscam atrair mais cidadãos de origem brasileira para disputar eleições nos Estados Unidos.

Os três brasileiros entrevistados dizem que ainda é cedo para pensar nos próximos passos e que uma das prioridades é atrair mais brasileiros com cidadania americana para entrar na política/Foto: Reprodução

Com 1,9 milhão de pessoas, segundo dados do Itamaraty, a comunidade brasileira nos Estados Unidos é uma das maiores entre os grupos de expatriados no país. Há grandes comunidades brasileiras em estados como Massachusetts e Connecticut, no noroeste do país, que foram crescendo nas últimas décadas — além, é claro, da Flórida, um destino mais recente da emigração nacional.

Agora, pela primeira vez, brasileiros que chegaram como crianças ao país e obtiveram a cidadania americana estão sendo eleitos para cargos mais altos do governo do país.

Roberto Alves é um deles. Ele nasceu em Inhaúma, na zona norte do Rio de Janeiro, veio quando criança para os Estados Unidos com os pais e, em 2023, foi eleito prefeito de Danbury, cidade de 86 mil habitantes no oeste de Connecticut, perto da fronteira com o estado de Nova York. Foram seis anos na política até chegar ao posto atual.

“Em 2017, eu consegui virar cidadão americano e queria ajudar a cuidar dos imigrantes, dar voz para todo mundo que não tinha, ainda mais no clima político daquela época nos Estados Unidos”, diz Alves, que conversou com a EXAME durante a Convenção Nacional Democrata, em Chicago, em agosto.

“A gente escutava aquela conversa, de ele [Donald Trump] falando de imigrante ser criminoso, fornecedor de drogas, estuprador. Isso não é verdade. Não é a história do imigrante. Eu fui criado em um bairro de imigrantes e todo mundo era trabalhador e queria o melhor para as famílias deles”, afirma Alves.

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