Jovem é diagnosticada com tumor após sentir cheiro de bacon do nada

Britânica teve alucinações sensoriais, como sentir cheiro de bacon, formigamento no rosto e gosto de metal até ser diagnosticada com tumor

Tumores cerebrais podem ser benignos, mas devido à falta de espaço para expansão no crânio, mesmo esses tipos podem provocar sérias disfunções neurológicas. Lucy Younger, de 24 anos, começou a sentir sintomas estranhos, como alucinações e cheiro persistente de bacon, e passou anos até ser diagnosticada com um tumor cerebral.

A jovem britânica começou a notar os primeiros sinais de que algo estava errado pouco antes de entrar na faculdade, em setembro de 2018. Ela passou a ter déjà-vus, alucinações visuais – como ver elefantes cor-de-rosa e montanhas-russas – e, com o tempo, os sintomas pioraram.

Quando os problemas se intensificaram, os médicos atribuíram à jovem o fato de estar “bebendo demais” e recomendaram que ela “desacelerasse”.

Reprodução/Facebook

Lucy seguiu o conselho, reduziu o consumo de álcool e passou a ficar mais em casa, evitando saídas à noite. No entanto, os sintomas não só continuaram como se agravaram. Ela começou a ter alucinações sensoriais, como sentir cheiro de bacon, formigamento no rosto e gosto de metal.

Quando as fortes dores de cabeça surgiram, Lucy procurou um clínico geral, que novamente minimizou os sinais e associou tudo à ansiedade e ao fato de ser caloura na faculdade.

“Eles culpavam tudo por eu ser caloura e estar ansiosa. Eu não me sentia tão ansiosa, mas pensei que, por ter acabado de me mudar de Newquay para Londres e estar conhecendo muita gente nova, meu cérebro estava sobrecarregado”, relata Lucy em entrevista ao The Sun.

Tumor cerebral

Com o tempo, Lucy começou a ter dificuldade de concentração e ficava frequentemente distraída nas aulas. Os médicos continuaram a associar os sintomas à depressão e ataques de pânico, receitando medicamentos para ansiedade. “Achei que eles sabiam o que estavam dizendo, então segui as orientações”, comenta.

Mesmo assim, os sintomas persistiam, e os médicos mudaram o diagnóstico para desequilíbrio hormonal relacionado à síndrome dos ovários policísticos (SOP).

“As enxaquecas ficaram tão fortes que todo o lado direito do meu corpo ficava dormente. Naquele momento, pensei: ou estou entrando em psicose, ou tenho um tumor. Eu sabia que não era depressão ou ansiedade. Algo estava claramente errado”, relembra.

A situação se agravou quando ela voltou para casa, em março de 2020, durante a pandemia. Lucy começou a ter convulsões e desmaiou em alguns episódios. Pesquisando por conta própria, a jovem descobriu que os sintomas eram semelhantes aos de epilepsia e tumor cerebral, mas os médicos continuaram descartando essas possibilidades. “Eles diziam: ‘Você é muito jovem. Uma garota como você não teria um tumor cerebral’”, conta.

Sem saber o que fazer e convivendo com alucinações constantes, Lucy entrou em contato com um farmacêutico local, que se sensibilizou com seu relato e enviou uma carta ao médico dela, solicitando que ela fosse encaminhada para uma tomografia computadorizada com urgência.

“Foi o meu farmacêutico que me defendeu. Depois que ele falou com o médico, marcaram uma tomografia para mim. Fui em julho e, finalmente, veio o diagnóstico: um tumor cerebral benigno”, explica a jovem.

Quatro meses depois, Lucy foi submetida a uma cirurgia para remover o tumor e pôde retornar à universidade em 2021 para concluir seus estudos.

Recuperação

Hoje, Lucy consegue viver uma vida normal, mas tem epilepsia e perda de memória de curto prazo. Ela compartilha sua história com a esperança de incentivar outras pessoas a lutarem por um diagnóstico precoce.

“Você conhece o seu próprio corpo. Se algo está errado, é preciso insistir e se defender”, diz ela. “Descobri meu tumor cerebral relativamente cedo. Se não tivesse feito isso, a situação poderia ter sido muito pior. As pessoas acham que um tumor cerebral é uma sentença de morte, mas nem sempre é assim.”

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