Em suas redes reais, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UB), provável candidato à presidência da República, postou um vídeo em que desanca o ex-presidente Jair Bolsonaro. O governador goiano, que já esteve no Acre como candidato a presidente da República e como dirigente máximo da UDR (União Democrática Ruralista), questiona Bolsonaro por ter ido a Goiás várias vezes, no primeiro e no segundo turno da eleição municipal, tentar influenciar os resultados e acabou derrotado, inclusive na capital Goiânia.
Em Goiânia, o candidato de Bolsonaro, Fred Rodrigues (PL), apesar de ter chegado em primeiro lugar para o segundo turno, acabou perdendo a eleição para Sandro Mabel (União Brasil), apoiado por Caiado. No vídeo postado em suas redes sociais, apesar de sinais de ambos os lados de que a direita não vai se dividir em 2026, Caiado não deixa barato a tentativa de intromissão de Bolsonaro nas eleições goianas.
No embate indireto do segundo turno em Goiás, Caiado e Bolsonaro, o gestor estadual se saiu vencedor. Além da disputa na capital, os dois apoiaram candidatos distintos nos dois maiores municípios de Goiás. No entanto, o governador levou a melhor nos dois. As cidades foram: Goiânia e Aparecida de Goiânia.
Em Goiânia, Caiado convidou o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), Sandro Mabel, para a disputa. Ele largou em terceiro lugar, mas passou para o segundo turno atrás de Fred Rodrigues (PL), apadrinhado de Bolsonaro. Fred cresceu nas pesquisas após aparecer ao lado do ex-presidente em atos de campanha.
No domingo, Mabel alcançou 55,53% dos votos contra 44,47% de Fred Rodrigues. O candidato apostou no perfil de experiência como gestor e ultrapassou o adversário ao conquistar os votos da esquerda, que rejeitou o aliado de Bolsonaro. Fred investiu na imagem de um candidato antissistema.
Em Aparecida de Goiânia, segundo maior município do estado, Caiado apoiou Leandro Vilela (MDB). No início da eleição, o deputado federal Professor Alcides (PL), nome com o aval de Bolsonaro, despontava com franco favoritismo, conforme as pesquisas da época, com mais de 50% dos votos. Vilela teve 48% dos votos contra 43% do adversário no primeiro turno. No segundo turno, o emedebista ampliou a vantagem e venceu Professor Alcides por 63,6% a 36,4%.
Das três disputas em que se envolveu em Goiás, Bolsonaro foi vencedor apenas em Anápolis, terceiro maior município do estado. Na localidade, não houve disputa entre o ex-presidente e Caiado no segundo turno. O motivo foi que o oponente do apadrinhado de Bolsonaro era o petista Antônio Gomide.
Bolsonaro atuou em Anápolis pela vitória de Márcio Corrêa (PL). Ele obteve 58,56% dos votos contra 41,44% de Gomide no segundo turno. Durante os atos de campanha em Goiás, Bolsonaro e Caiado trocaram ataques diretos. Bolsonaro chamou Caiado de “covarde”, em uma referência às medidas adotadas pelo governador para restringir a circulação de pessoas durante a pandemia da Covid-19. A resposta de Caiado veio agora, em vídeo, como vitorioso nas eleições municipais.
O embate entre os dois, na verdade, mira 2026. A disputa entre os dois é, para Caiado, uma tentativa de firmar o domínio político no estado para alcançar projeção nacional. Ele tem intenção de disputar, em 2026, a Presidência da República.
Para Bolsonaro, fazer prefeitos em Goiás, assim como em outras localidades do Brasil, significava manter o cacife de maior expoente da direita no Brasil, algo que tenta usar para conseguir a anistia à inelegibilidade.
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