O candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, chamou de “festival do amor” o comício de Nova York que teve uma piada ofensiva sobre Porto Rico. Durante conversa com apoiadores nesta terça-feira (29), o republicano evitou fazer comentários diretos sobre a polêmica.
O comício em questão aconteceu no Madison Square Garden, no domingo (27). Durante o evento, o humorista Tony Hinchcliffe afirmou que Porto Rico é uma “ilha flutuante de lixo no meio do oceano”. Ele também menosprezou afro-americanos, judeus, palestinos e latinos.
A piada irritou eleitores porto-riquenhos, democratas e alguns membros do Partido Republicano. A campanha de Donald Trump afirmou que os comentários do humorista não refletem as opiniões do candidato republicano.
Nesta terça-feira, na Flórida, Trump disse que o encontro de domingo foi um “um verdadeiro festival de amor”. Ele também acusou a democrata Kamala Harris de promover uma campanha de ódio contra ele.
A polêmica
Durante o comício em Nova York, Tony Hinchcliffe zombou dos latinos, dizendo que “eles adoram fazer bebês”, parodiou judeus e palestinos e ridicularizou um homem negro com o estereótipo de que afro-americanos gostam muito de melancia. Além disso, falou sobre Porto Rico.
“Há uma ilha flutuante de lixo no meio do oceano neste momento, acho que se chama Porto Rico”, disse o humorista.
Os comentários fizeram com que artistas como Bad Bunny, Jennifer Lopez e Ricky Martin anunciassem apoio a Kamala Harris.
O governador Pedro Pierluisi, que é democrata, criticou o humorista em uma rede social e disse que todos que aplaudiram Hinchcliffe deveriam se sentir envergonhados. Ele afirmou ainda que “lixo” é o que “saiu da boca” do comediante.
“Comentários como esse expõem os preconceitos e o racismo que, lamentavelmente, ainda existem em nossa nação”, disse.
Kamala Harris aproveitou o episódio para compartilhar um vídeo em que promete “desenhar um caminho novo e feliz para o futuro” de Porto Rico.
Apesar de ser um território administrado pelos EUA, não há urnas para a eleição presidencial em Porto Rico. Cidadãos da região podem votar no pleito desde que morem em um dos 50 estados norte-americanos, além do Distrito de Colúmbia.
Diante da polêmica, os olhos se voltaram para a Pensilvânia. O estado-chave que pode decidir o resultado das eleições conta com meio milhão de porto-riquenhos.
Além disso, eleitores indecisos ouvidos pela AFP afirmaram que resolveram votar em Kamala após o episódio.