A ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva terá que explicar no Senado se se houve apoio, ou não, por parte dela, nos atos dos indígenas em Brasília em 10 de abril, quando manifestantes entraram em conflito com a polícia local ao tentarem invadir uma zona do Congresso Nacional, rompendo barricadas montadas pelas autoridades.

Marina terá que explicar a deputados e senadores seu envolvimento em atos de protestos de indígenas. Foto: Reprodução/Agência Brasil
A convocação da politica acreana para tais explicações foi aprovada pelas comissões de Agricultura e de Meio Ambiente do Senado. Nas manifestações haviam lideranças indígenas do Acre, como o líder do povo Ashaninka do rio Amônia, no Alto Juruá, Francisco Piãko.
Os senadores querem saber qual a participação de Marina em um protesto indígena contra o marco temporal, que surgiu após a visita da ministra ao acampamento Terra Livre, ocorrida no início de abril.
Na Câmara dos Deputados, a Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR) também aprovou a convocação da ministra para prestar esclarecimentos sobre sua participação no Acampamento Terra Livre, movimento indígena que, segundo parlamentares, tentou invadir o Congresso Nacional na data. A iniciativa é de autoria do deputado federal Rodolfo Nogueira (PL-MS), presidente da comissão, que criticou a postura de Marina e do governo em relação ao setor agropecuário.
“Esse governo atual tem o agronegócio como seu inimigo número 1”, afirmou, ao justificar a convocação. “A ministra precisa vir a esta Comissão prestar os devidos esclarecimentos à população brasileira. São fatos graves, que impactam diretamente a produção agropecuária e colocam em xeque a própria atuação do Ministério do Meio Ambiente”, acrescentou.
Além da polêmica envolvendo o Acampamento Terra Livre, Marina Silva também deverá responder sobre o aumento expressivo no número de queimadas, a alta de 482% na degradação da Amazônia Legal registrada em 2025, e a demora na aprovação de novos defensivos agrícolas.
Outro tema sensível que será abordado é o aumento das multas aplicadas pelo IBAMA a produtores rurais. Segundo dados apresentados pela comissão, a arrecadação com multas ambientais em 2024 chegou a R$ 729 milhões, superando a soma de todo o valor arrecadado durante os quatro anos do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A data da audiência com a ministra ainda não foi definida. Por se tratar de uma convocação e não de um convite, a presença da ministra é obrigatória, conforme prevê o regimento interno da Câmara dos Deputados.