Um estudo da Embrapa em 246 propriedades dos Vales do Acre e de Sena Madureira revelou que práticas de manejo inadequadas estão afetando negativamente a pecuária de cria no estado. Os pesquisadores constataram que um terço das pastagens está superlotado, o que reduz a condição corporal do rebanho, resulta em bezerros mais leves ao desmame, carcaças menos desenvolvidas e eleva os custos de produção. A falta de gestão agrava o cenário: 75% dos produtores não fazem controle financeiro e nenhum calcula indicadores técnicos de desempenho do rebanho.
Um estudo da Embrapa em 246 propriedades dos Vales do Acre e de Sena Madureira revelou que práticas de manejo inadequadas estão afetando negativamente a pecuária de cria no estado/Foto: Reprodução
A baixa escolaridade dos pecuaristas tem dificultado a adoção de tecnologias e estratégias de planejamento, o que compromete a produtividade a longo prazo. Segundo os pesquisadores, decisões são tomadas sem embasamento técnico, o que gera prejuízos em todas as fases da criação. As pequenas propriedades são as mais afetadas, especialmente por terem menos recursos para investir na recuperação das pastagens degradadas.
Apesar dos desafios, o estudo também identificou avanços positivos. A diversidade das pastagens aumentou: apenas 6,1% dos produtores utilizam um único tipo de capim, enquanto a maioria já adota três ou mais variedades. Além disso, 21% das propriedades utilizam leguminosas como puerária e amendoim forrageiro, que ajudam a melhorar a fertilidade do solo. Esses e outros temas serão discutidos durante o 1º Simpósio sobre Pecuária de Cria no Acre, nos dias 25 e 26 de junho, na Ufac.