Projeção divulgada nesta semana pela Organização das Nações Unidas (ONU) indica que a população mundial continua a crescer, mas isso hoje ocorre no menor ritmo já registrado desde 1950. Ainda assim, o planeta já abriga cerca de 7,7 bilhões de pessoas, número que deve passar a 8,5 bilhões em 2030, a 9,7 bilhões em 2050, e a 10,9 bilhões em 2100.
O estudo indica que os principais responsáveis pelo crescimento da população mundial nas próximas décadas devem ser os países da África subsaariana, que, sozinhos, responderão por mais de a metade dessa expansão.
Já os países da América Latina, América Central, América do Norte, Europa e Ásia, devem atingir o pico de suas populações ainda antes do fim do século 21, passando então a uma fase de encolhimento.
A partir da segunda metade deste século, nove países devem responder, sozinhos, por mais de a metade do aumento populacional no mundo: República Democrática do Congo, Egito, Etiópia, Índia, Indonésia, Paquistão, Tanzânia e Estados Unidos.
A ONU alerta que será desafiador ao desenvolvimento sustentável caso as taxas de fertilidade mundo afora não comecem a diminuir. Prova disso é que os 47 países menos desenvolvidos estão entre aqueles com maior crescimento populacional, o que se reflete em disputas por recursos naturais – o que é agravado também pelas mudanças climáticas em curso.
Na contramão do movimento global, já há 55 nações onde a população está encolhendo, especialmente por conta de baixos índices de fertilidade e também por causa da emigração. Quem mais deve perder cidadãos nas próximas décadas são: Bulgária, Letônia, Lituânia, Ucrânica, e Wallis e Futuna.
O estudo das Nações Unidas revela também um fato inédito na história da humanidade: em 2018, pela primeira vez, o número de pessoas com 65 ou mais anos de idade superou o total de crianças com 5 ou menos anos.
“As projeções indicam que, por volta do ano de 2050, haverá mais que o dobro de ‘avôs’ do que de ‘netos'”, diz a ONU no documento com as projeções para a população mundial . O número de pessoas com 65 ou mais anos também irá superar, globalmente, o número de adolescentes e jovens entre 15 e 24 anos.”