Entenda o que é e o que causou a embolia gasosa que deixou Paulo Gustavo em estado crítico

O humorista Paulo Gustavo, internado desde 13 de março por complicações da Covid-19, piorou na noite do último domingo. A causa foi uma embolia gasosa.

De acordo com Patrícia Canto, pneumologista da Fiocruz, isso acontece quando bolhas de ar entram no sistema circulatório, impedindo o fluxo de sangue para algumas partes do corpo.

— Essa é uma condição mais rara de acontecer do que a embolia por trombos. O sistema circulatório é fechado. Não tem ar circulando — explica a especialista. — Quando as bolhas de ar entram e vão chegando na circulação menor, impedem o sangue de progredir e o tecido acaba morrendo. O dano é cada vez mais grave de acordo com o tecido que deixa de receber oxigênio.

Segundo comunicado da equipe do ator, Paulo Gustavo acordou na tarde de domingo e chegou a interagir com a equipe médica e com o marido.

“À noite, subitamente, houve piora acentuada do nível de consciência e dos sinais vitais”, diz o comunicado. Ainda de acordo com o hospital, novos exames demonstraram ter havido “embolia gasosa disseminada, incluindo o sistema nervoso central”.

Segundo Canto, “embolia gasosa disseminada” significa que as bolhas de ar se espalharam pelo corpo. Ela explica ainda que o fato de ter alcançado o sistema nervoso central é potencialmente grave.

— Pode haver complicações na fala, na atividade motora e até morte cerebral — afirma.

No caso do humorista, o hospital afirma que, infelizmente, a situação clínica atual é instável e de extrema gravidade.

A embolia gasosa foi causada por uma “fístula bronquíolo-venosa”. Ou seja, uma ruptura entre brônquios e veias, o que acabou fazendo com que o ar acessasse o sistema respiratório.

— Para tratar, a primeira medida é corrigir a causa, se for possível. Infelizmente, os médicos só podem esperar para ver a resposta do paciente. Tratamento específico não há. Só tem como tratar os sintomas que ela causa — afirma.

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