Governo muda posição e passa a contraindicar cloroquina para Covid

Após retirar da página oficial do Ministério da Saúde orientações sobre uso da cloroquina, azitromicina e ivermectina no tratamento da Covid cerca de uma semana atrás, a pasta elaborou um novo documento contraindicando o uso desses medicamentos em pacientes hospitalizados com a infecção.

Noticiado pela Folha de S. Paulo e obtido pela TV Globo, o documento também aborda outros medicamentos até então defendidos pelo governo e pelo presidente Jair Bolsonaro, como a hidroxicloroquina e o remdesivir.

Chamado de “Diretrizes Brasileiras para Tratamento Hospitalar do Paciente com Covid-19”, o documento será colocado para consulta pública pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec).

Mudança de posição

Esta é a primeira vez, em mais de um ano de pandemia, que o Ministério da Saúde elabora documento desaconselhando tais drogas para tratar a Covid-19.

Em maio do ano passado, o então ministro da Saúde Eduardo Pazuello mudou o protocolo do Ministério para permitir a prescrição de cloroquina para pacientes com sintomas leves da Covid-19, como queria Jair Bolsonaro.

Em setembro, aliás, durante a posse de Pazuello como ministro da pasta, o presidente da República se referiu a si mesmo como “doutor Bolsonaro” e fez propaganda da hidroxicloroquina exibindo uma caixa do medicamento à plateia.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) vem alertando desde o segundo semestre do ano passado que a cloroquina, hidroxicloroquina e azitromicina não tem eficácia comprovada contra a Covid-19 e podem provocar efeitos colaterais.

CPI da Covid

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid tem investigado, entre outras ações do governo federal, a indicação de medicamentos sem eficácia para tratar pacientes de covid-19.

 

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