CPI deve convocar Marcelo Queiroga pela terceira vez antes da conclusão dos trabalhos

A possibilidade de uma terceira convocação do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, ganhou força durante reunião virtual do grupo majoritário da CPI da Covid neste domingo (19). Entre outros pontos, os senadores querem explicações sobre a orientação do Ministério da Saúde de suspender a vacinação em adolescentes sem comorbidades.

O depoimento do ministro, que deve ocorrer na próxima semana, é visto como um desfecho para os trabalhos da CPI. A convocação de Queiroga foi defendida no encontro virtual pelo vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), e ganhou apoio dos demais participantes.

Os senadores querem apurar se houve influência ideológica, em especial por parte do presidente Jair Bolsonaro, na recomendação da pasta chefiada por Queiroga.

Na semana passada, o ministro disse que a orientação de suspender a vacinação em adolescentes sem comorbidades foi tomada porque 1,5 mil apresentaram algum efeito adverso. Mais de 3,5 milhões de adolescentes foram vacinados.

O recuo do Ministério da Saúde contrariou orientação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e foi criticado pela comunidade científica. Na última sexta-feira (17), o Conselho Nacional de Saúde recomendou a manutenção da vacinação contra Covid-19 de todos os adolescentes de 12 a 17 anos.

A nova convocação do ministro levará ao adiamento da leitura do relatório do senador Renan Calheiros (MDB-AL) em uma ou duas semanas. Até então, a entrega do parecer estava prevista para esta semana.

“Os fatos novos pressionam para que tenhamos mais uma ou duas semanas de trabalho. Precisamos ouvir novamente o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e também o ex-secretário-executivo da pasta Elcio Franco”, disse Renan Calheiros ao blog.

O senador Randolfe Rodrigues vai apresentar nesta terça-feira (21) o requerimento de nova convocação do ministro da Saúde. “Vamos terminar esta CPI com o Queiroga sendo ouvido novamente. Será o nosso grande final”, afirmou o vice-presidente da CPI.

Para Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI, Queiroga ainda precisa dar muitas explicações por ter seguido, em suas decisões mais recentes, a política em vez de a ciência.

“Ele está jogando fora a sua história por uma questão política e para permanecer como ministro de Bolsonaro. É difícil entender isso de alguém que tinha uma carreira vitoriosa”, disse Aziz sobre o ministro da Saúde, que era presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia antes de entrar no governo.

PUBLICIDADE