Sindmed-AC processará gerentes que cometerem assédio contra grevistas

O Sindicato dos Médicos do Acre (Sindmed-AC) já acionou o setor jurídico para ajuizar ação contra gerentes de unidades básicas de saúde de Rio Branco por assédio moral contra médicos que entraram em greve. Provas estão sendo coletadas para pedir a punição dos gestores. A paralisação chega ao terceiro dia e aguarda contraproposta da prefeitura.

Segundo profissionais, existem ameaças de demissão, contrariando o direito de greve, previsto na Constituição Federal. Os representantes da Secretaria Municipal de Saúde vêm fazendo pressão para que os servidores retornem ao trabalho por meio de envio de mensagens e ligações, cometendo um ato antissindical.

“Estamos juntando todos os elementos para provar o assédio. Os médicos não irão ceder aos ataques feitos por gerentes de unidade”, afirmou o presidente do Sindmed-AC, Guilherme Pulici.

Há relatos ainda de que gestores estão obrigando aqueles servidores que continuam trabalhando dentro do percentual estipulado pelo sindicato que atendam uma quantidade maior de pessoas e em menor tempo, contrariando o código de ética médica. Em medicina, o profissional precisa ter o tempo que for necessário para avaliar o paciente.

“Essa pressão interfere na autonomia do médico e essa situação será alvo de ajuizamento de ações também. Orientamos todos que estiverem dentro do percentual em atividade para que registrem por meio de áudio ou vídeo os casos de assédios que sofrerem”, afirmou o sindicalista.

Notas

O Conselho Regional de Medicina do Acre (CRM-AC), responsável pela fiscalização do médico, e a Associação Médica do Acre (Amac) emitiram nota apoiando a greve, comunicando a necessidade de garantir uma remuneração minimamente digna e ética para a atuação profissional.

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