Pesquisadores da Rede de Historiadores Negros resgatam a memória do 20 de novembro, data dedicada ao Dia Nacional da Consciência Negra. A considerar a primeira vez na qual a data foi lembrada pelo Movimento Negro, o Dia da Consciência Negra completa 50 anos neste novembro de 2021.
“Esses espaços de poder demoram a reconhecer lutas que estão sendo feitas nas bases dos movimentos sociais. Por mais que haja reconhecimento do estado, a forma institucional de como o racismo se constrói traz essa dificuldade, traz esse atraso nesses reconhecimentos de datas e marco pelos movimentos negros”, pondera Cleudiza.
Mobilização do movimento negro
![ministra-chefe da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do Brasil entre 2011 e 2014(foto: Renato Araújo - Divulgação) Luíza Bairros faz discurso](https://i.em.com.br/n510ZbZl9ORUlHARWcwj1yVfJuw=/790x/smart/imgsapp.em.com.br/app/noticia_127983242361/2021/11/20/1324230/luiza-bairros-faz-discurso_2_100132.jpg)
Desigualdade racial na renda
Um estudo, divulgado em junho, apontava que a renda média dos brancos é, ao menos, duas vezes maior do que a dos negros. O desemprego também atinge mais a população negra, que ganha menos, ocupam menos cargos de direção. Durante a pandemia, foi a mais atingida pela perda de postos de trabalho. A violência urbana também atinge de forma proporcional à população negra.
Personagens esquecidos
![Intelectual respeitada, Lélia Gonzalez é referência do Movimento Negro(foto: Divulgação) Lélia Gonzalez acenando](https://i.em.com.br/BgVNHEheoe3C-Q7Rd-Bzhe88XX8=/790x/smart/imgsapp.em.com.br/app/noticia_127983242361/2021/11/20/1324230/lelia-gonzalez-acenando_3_91739.jpg)
“Um personagem importante que, por muitos anos, não adentrou as páginas dos livros didáticos. Apesar de não ser nacionalmente reconhecido, é personagem fundamental para entender a luta antirracista e a luta pela educação”. Um dos seus feitos foi a criação de uma escola normal livre, que recebia um público popular, muitos deles de famílias negras.
A importância das mulheres negras
![Beatriz Nascimento pesquisou a história dos quilombos, valorizando a organização(foto: Reprodução) Beatriz Nascimento com as mãos para cima](https://i.em.com.br/h2Bh3FPVy93metwatfo50cWRkz4=/790x/smart/imgsapp.em.com.br/app/noticia_127983242361/2021/11/20/1324230/beatriz-nascimento-com-as-maos-para-cima_4_59966.jpg)
“São mulheres negras que contribuíram de maneira veemente, para a conscientização de um marco que passa a destacar o protagonismo da população negra brasileira, numa perspectiva antirracista, denunciando o existente mito da democracia racial, tão amplamente naturalizado em nossa historiografia”, afirma Renata.
Outras intelectuais negras também foram importantes para a construção positiva da memória da população negra brasileira: a mineira Lélia Gonzalez (1935-1994), a gaúcha Luíza Bairros (1953-2016) e a catarinense Antonieta de Barros (1901-1952).