Trabalhadores de uma empresa de Campo Grande testemunharam um comportamento comum de abelhas, mas que pode parecer inusitado, conforme explicam especialistas. Ao se aproximarem das motocicletas no estacionamento, os funcionários se depararam com uma grande quantidade de abelhas cercando os veículos e entrando no escapamento. Veja o vídeo acima.
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A imagem dos insetos nas motos rapidamente circulou em grupos da empresa, gerando preocupação e curiosidade. O apicultor Adriano Adames de Souza, explica que as abelhas do vídeo são conhecidas como Jataí e não possuem ferrão.
Motivações
Especialistas apontam que este comportamento pode ser frequente. O biólogo e especialista em apicultura e meliponicultura, Marcos José Wolf, detalha as motivações para isso.
“O motivo para elas entrarem no escapamento da moto talvez seja por causa da falta de árvores que forneçam ocos para as abelhas se instalarem. Então, elas acabam se instalando em diversos locais, locais inusitados. Eu já vi muito em escapamentos, botas de borracha, galochas, chaleiras, caixa de passagem de energia, parede”, comenta Wolf.
O que fazer
Diante destas circunstâncias, o primeiro passo recomendado pelos especialistas, antes de qualquer tentativa de contato, é identificar a espécie das abelhas que estão presentes. Wolf detalha que, apesar das abelhas nativas sem ferrão serem inofensivas aos humanos, há exceções.
Por essa razão, o Corpo de Bombeiros deve ser acionado para evitar riscos. O major Fábio Pereira de Lima recomenda que ao avistar um enxame, a pessoa se afaste imediatamente e jamais tente remover por contra própria, ou jogar objetos nos insetos, ligando para o 193.
Confira a seguir outras orientações:
- Redobrar atenção com as crianças e idosos;
- Manter distante animais domésticos do enxame, pois qualquer barulho pode irritar as abelhas e provocar um ataque;
- Ao se deparar com um enxame em deslocamento, abaixar ou correr em zigue-zague;
- Em caso de ataque, proteger as picadas do pescoço e do rosto com ajuda de camiseta ou outra vestimenta;
Criação de um novo ninho
Caso os profissionais identifiquem que as abelhas de fato são de espécies inofensivas e a pessoa queira auxiliar o processo de criação de ninho dos animais, a confecção de “gambiarras” podem contribuir. Os funcionários da empresa tentaram esta tática.
Ele conta que as abelhas saíram por conta própria quando ele deu partida na motocicleta.
O biólogo esclarece o que ocorre quando há mudança de ninhos. “A população de uma colônia cresce e se divide em duas, sendo que parte das abelhas voam para o novo ninho levando consigo uma nova rainha, e a outra parte permanece no ninho antigo juntamente com a rainha velha”, detalha Wolf.
Porém, é preciso cuidado na criação da “armadilha”, pois o volume interno do ninho isca não deve ultrapassar dois litros. “Caso contrário, pode atrair abelhas africanizadas que podem ferroar e causar acidente”, alerta Wolf.
Também é de extrema importância identificar o ninho isca para evitar acidentes e transtornos. “Já aconteceu um caso em que instalaram uma garrafa dessas na parede de uma igreja sem avisar. Como ninguém sabia do que se tratava, suspeitaram que podia ser uma bomba e chamaram a polícia”, relata o biólogo.
De acordo com ele, o processo de enxameação dura cerca de três meses (90 dias). “Neste período as abelhas constroem o ninho, trazem alimento, néctar e pólen, e trazem a nova rainha”.
Wolf pontua que a nova colônia depende da “colônia mãe” para crescer e se estruturar.