Agressor de procuradora foi suspenso e teve salário cortado

O procurador Demétrius Oliveira Macedo, de 34 anos, que espancou a procuradora-geral de Registro, no interior de São Paulo, Gabriela Samadello Monteiro de Barros, de 39 anos, foi afastado do cargo nesta quarta-feira (22) e teve o salário suspenso, conforme consta no Diário Oficial do Município. O processo administrativo aberto contra ele deve resultar na exoneração do servidor público.

O procurador chegou a ser levado para o 1º Distrito Policial (DP) da cidade, mas foi liberado após o Boletim de Ocorrência sobre a agressão ser registrada.

A publicação da portaria Nº 525/2022, portanto, representa uma punição imediata do procurador, que foi filmado dando socos, chutes e xingando a vítima (veja vídeo abaixo).

De acordo com o texto, a princípio, o procurador ficará suspenso do cargo por 30 dias, sem receber salário. A medida passou a valer na última terça-feira (21).

A prefeitura de Registro informou que a medida faz parte do processo administrativo que deve resultar na exoneração de Demétrius. “É necessário seguir essa etapa e os trâmites legais para que a decisão seja tomada de maneira consistente”, esclareceu.

Depoimento da procuradora

g1 conversou, na terça, com a procuradora. Ela se disse ‘desrespeitada como mulher’.

“Foi exposta a minha dignidade. Como mulher, fui desrespeitada, assim como servidora pública. Enfim, foi um desrespeito global da minha personalidade como mulher”, afirmou.

A procuradora disse que temia o colega de trabalho.

“Eu tinha medo, sim. Tinha medo de que fosse acontecer isso, mas não imaginava que fosse ser uma violência física, achava que fosse um ‘bate boca’, uma discussão”, relata a profissional, em entrevista à TV Tribuna, emissora afiliada à Rede Globo.

Procuradora é espancada por colega  — Foto: Reprodução

Procuradora é espancada por colega — Foto: Reprodução

Ela relatou à polícia que o colega Demétrius Macedo apresentava comportamento suspeito e que já havia sido grosseiro com outra funcionária do setor. A procuradora informou ter enviado um memorando à Secretaria Administrativa com uma proposta de procedimento administrativo. Agora, a procuradora quer que Macedo seja processado em decorrência das agressões e ofensas contra ela.

Entenda o caso

Gabriela Samadello Monteiro de Barros, de 39 anos, é a procuradora-chefe do agressor Demétrius Oliveira Macedo, de 34 anos, também procurador. A situação aconteceu na tarde da última segunda-feira (20), por volta das 16h50, na Prefeitura de Registro (SP).

A ação foi filmada por outra funcionária e mostra que o procurador desferindo socos e chutando a colega, como mostra o vídeo acima.

A agressão teria sido motivada pela abertura de um processo administrativo contra o procurador por conta de sua postura no ambiente de trabalho.

O agressor chegou a ser conduzido ao 1º Distrito Policial (DP) do município, mas foi liberado após um boletim de ocorrência (BO) sobre o caso ser registrado.

O que diz a prefeitura

A administração municipal, por meio de nota, manifestou “mais absoluto e profundo repúdio aos brutais atos de violência realizados pelo Procurador Municipal contra a servidora municipal mulher que exerce a função de Procuradora Geral do Município. Que a vítima e sua família recebam toda nossa solidariedade, apoio e cada palavra de conforto e acolhimento”.

A prefeitura acrescentou que está tomando as providências necessárias e já determinou de imediato que o agressor seja suspenso, nos termos do art. 179, c/c inc. III do art. 180, ambos da Lei Complementar nº 034/2008 – Estatuto dos Servidores Públicos do Município de Registro, com prejuízo de seus vencimentos, a partir de 21 de junho.

“Reafirmamos nosso compromisso com a prevenção e enfrentamento a todas as formas de violência, principalmente aquelas que vitimizam mulheres. Os servidores da Procuradoria Geral Municipal e da Secretaria de Negócios Jurídicos receberão todo apoio necessário, inclusive acompanhamento psicológico”, complementa.

O município apontou disse ainda aos demais servidores: “recebam nosso amparo e saibam que a prática de violência é veementemente repudiada e será severamente punida”.

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