Desmaio, críticas ao cardápio e busca por ‘delivery’: procuradores relatam lamúrias dos detidos nos atos golpistas

Detidos nos ataques do dia 8 de janeiro apresentaram relatos inusitados sobre a temporada que estão passando no cárcere. De frente para um juiz, alguns se sentiram mal e desmaiaram, e outros se disseram “enganados” pelos militares que o prenderam. Também houve queixas ao cardápio: um detido reclamou que só haviam lhe oferecido refrigerante para beber, e muitos reprovaram as opções de comida.

As reivindicações apareciam durante as audiências de custódia, uma reunião em que o preso é apresentado ao juiz. Na mesma ocasião, também estão presentes um representante do Ministério Público e um advogado. O magistrado avalia aspectos como a legalidade da prisão e as condições a que o acusado foi mantido até então. No caso dos suspeitos de participação das invasões, elas ocorreram de forma virtual.

O GLOBO ouviu dois procuradores que participaram de reuniões como essas, além de advogados dos presos. De acordo com um advogado que atendeu cerca de 30 bolsonaristas que estavam acampados em frente ao QG do Exército, as principais reclamações estavam relacionadas a falta de higiene, principalmente nos banheiros coletivos, e à qualidade da alimentação.

Numa das audiências, um suspeito não aguentou lidar com a situação em que se encontrava. Ainda incrédulo com sua prisão, ele desmaiou diante do juiz ao ser questionado sobre sua participação nos atos. Em situação semelhante, uma senhora se sentiu mal e pediu para ser atendida pelo seu médico particular, o que não é permitido a pessoas que estão detidos. Ao fim, porém, ela conseguiu ser liberada.

Outro suspeito não se conformou com a parca variedade de comida na cela. Ele chegou a reclamar para o juiz que só recebeu Coca-Cola para beber no primeiro dia de detenção e explicou que não gosta de refrigerante.

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