Vírus HIV: como é o tratamento em bebês e crianças infectados

Com o avanço da ciência, o tratamento para os pequenos infectados com HIV foi facilitado

Segundo o último Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, de 2015 até junho de 2022, foram notificados no Brasil 54.804 casos de crianças expostas ao vírus HIV. Ou seja, crianças que, de alguma forma, foram colocadas em situações em que correram o risco de se infectar com o vírus. Quando há essa suspeita, o primeiro passo deve ser procurar imediatamente ajuda médica.

Só um infectologista pode conduzir essa investigação e indicar os exames certos a serem feitos. Se for comprovado que a criança realmente foi infectada, o passo seguinte é fazer um teste de genotipagem. É ele que vai indicar quais são as características e as mutações desse vírus que agora a criança carrega. Isso é fundamental para saber qual tratamento deve ser seguido.

O resultado do teste de genotipagem às vezes pode demorar, mas não há tempo a perder. Antes mesmo de sair o laudo, a criança já deve começar a fazer o tratamento com remédios, a chamada terapia antirretroviral (TARV). Caso depois seja descoberto que o vírus é resistente aos medicamentos que já estão sendo usados, basta mudar o esquema de medicação.

A combinação de drogas usadas para o tratamento depende da avaliação clínica, da idade e do peso de cada criança. “Depois que confirmamos que se trata de uma criança infectada, administramos sempre três medicamentos, todos em forma de xarope ou pó que dilui em água“, explica Denise Peluso, do Instituto de Infectologia Emilio Ribas (SP).

O esperado é que oito semanas depois do começo do tratamento a criança já tenha uma diminuição considerável da carga viral e o HIV fique indetectável. “Os medicamentos que temos hoje são extremamente potentes e trazem poucos efeitos colaterais”, completa.

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