Não é exceção, é regra; mas um vídeo que saiu do Acre viralizou nas redes. Maria Fernanda Ribeiro, colunista do Estadão, publicou em seu Instagram a criança Yanomami Laís, de 5 anos, manuseando um facão e descascando mandiocas.
A pequena, sem pudor nenhum, trabalhava enquanto estava sendo filmada. “Laís fazia isso sentada no chão de terra, vestia shorts e nenhuma camiseta, estava descalça e usava um colar de miçangas. Alguns a confundiram com um menino, o que é comum nessas regiões pelas vestimentas que não levam muito em conta a questão do gênero. Meninos e meninas usam shorts, com ou sem camiseta, geralmente estão descalços ou usam chinelos”, escreveu a colunista em seu espaço, o “Eu na Floresta”.
De acordo com ela, o vídeo foi filmado na casa coletiva onde ela mora, em uma aldeia localizada na cidade de Santa Isabel do Rio Negro, no Amazonas. O vídeo de 12 segundos gerou comentários sobre as diferenças culturais e comportamentos da infância que foram da indignação à admiração. A colunista reproduziu alguns:
“Não parece responsável deixar uma arma dessas nas mãos de um pequena… mesmo com todas as diferenças culturais.”
“Triste! Essa criança deveria está estudando, brincando.”
“Faz mais estrago uma criança com um celular na mão do que uma faca!”
“Excelente! Ajudando toda a tribo e ainda desenvolvendo habilidades! Sou fã da cultura indígena, muita coisa a ensinar.”
“Que medo de cortar o dedo. Crianças da civilização urbana jamais pegariam numa faca como esta para trabalhar.”
Maria já viajou por 6 dos Estados da Amazônia (Acre, Amazonas, Rondônia, Amapá, Pará e Roraima, em ordem cronológica). “Foi só chegar à primeira comunidade indígena para me deparar com uma criança praticamente da mesma idade da Laís segurando um enorme facão, chamado por lá de terçado. A ferramenta é usada para abrir caminho na floresta, matar uma cobra se necessário for, limpar e cortar a caça e cuidar da mandioca, entre outros inúmeros exemplos. Em cada casa, há pelo menos um desses”, contou ela.
Em declaração, ela conta também que foi na mesma terra indígena, no Estado do Acre, que uma menina de dez anos a ensinou como a limpar e a tratar um peixe.
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