Após avaliação, Ministério da Saúde nega que mortes no Acre tenham sido causadas por vacina contra HPV

Foi realizada na manhã desta terça-feira (6), uma reunião técnica com os representantes do Ministério da Saúde do Programa Municipal de Imunização (PMI), localizado ao lado do Hemoacre, em Rio Branco, para discutir sobre os possíveis efeitos colaterais da vacina distribuída pela rede pública de saúde à crianças e adolescentes. No Estado do Acre, já são mais de 30 casos confirmados de sequelas graves, além de três mortes confirmadas.

Reunião ocorreu nesta terça-feira (06)/Foto: ContilNet

O médico pesquisador, Edson Natal Fedrizzi, de Florianópolis, Santa Catarina, disse que já analisou todos os prontuários das adolescentes que alegam terem tido graves sequelas após terem tomado a vacina, e que, em 14 casos, é descartado os sintomas terem alguma relação com a vacina. “Fizemos uma avaliação multidisciplinar e em vários casos está afastado a relação com a vacina do HPV. Em muitos casos ainda estamos avaliando, pois em alguns é necessário exames mais específicos, e por enquanto ainda não temos os resultados”, ponderou.

No entanto, ao ser questionado se o restante dos casos teria relações com a vacina, Fedrizzi foi enfático: “Não é por que estamos fazendo uma investigação que exista essa relação direta. Estamos esperando os exames para afastar de vez as suspeitas. Mas, tudo indica que elas não tenham relação alguma com a vacina”, acrescentou. O médico frisou que, no país existem apenas duas vacinas contra o HPV, e que todas são importadas: “Não temos nenhuma produção local. Não há possibilidade de termos disponibilizado vacinas com componentes estranhos”, explicou.

De acordo com a coordenadora geral substituta do Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde, Ana Gorete Maranhão, as adolescentes alegaram sintomas desde 2014, porém, somente este ano, foram diagnosticadas. Maranhão falou que todas as garotas estão sendo acompanhadas pela Secretaria de Saúde do Estado do Acre (Sesacre). Ana Gorete acredita que, pelo tempo que as garotas foram vacinadas, os sintomas apresentados por elas não tem relação alguma com a vacina de prevenção ao HPV. A coordenadora garante, inclusive, que é seguro tomar a vacina. “Gostaria de frisar que ela é totalmente segura, por ser utilizada em mais de 170 países no mundo. Em nenhum lugar do mundo houve nenhuma reação contraria a ela. Vale lembrar que ela é de suma importância pois ela previne vários tipos de câncer”, afirmou.

Pais das meninas que enfrentam sequelas foram proibidos de participar da reunião/Foto: ContilNet

Protestos

A reunião aconteceu as portas fechadas, e após alguns minutos, foi aberta à imprensa para as explicações. Contudo, as mães das adolescentes diagnosticadas por uma possível reação à vacina, foram impedidas de participar da reunião com os representantes do Ministério da Saúde. Algumas delas, revoltadas, declararam ao portal ContilNet que gostariam de ter participado da reunião. “O assunto que eles estão tratando é sobre nossos filhos”, disse.

Segundo dona Edilene, mãe de Valéria, ressaltou que espera que eles reconheçam que a vacina causa efeitos drásticos na vida dos adolescentes. “Queremos que nossos filhos sejam atendidos, é um direito deles”, argumentou.

PUBLICIDADE