Contra coronavírus, povo ashaninka do Acre proíbe visitas à aldeia

Os ashaninka do Rio Amônea proibiram a entrada de pessoas de fora na aldeia Apiwtxa, situada em Marechal Thaumaturgo, distante mais de 500 quilômetros de Rio Branco. De acordo com Francisco Piyãko, uma das principais lideranças do povo, a medida é para proteger os índios do coronavírus, que já infectou pelo menos 17 pessoas no Acre.

A decisão vai além do que foi recomendado pela Fundação Nacional do Índio (Funai) desde o início da pandemia no Brasil. O governo permite a entrada nas terras desde que seja apresentada certidão de teste negativa para coronavírus e autorização do povo. Porém, os ashaninka decidiram que ninguém entra na aldeia até que a ameaça do coronavírus passe.

Segundo Piyãko, que coordena ainda a Organização dos Povos Indígenas do Rio Juruá (Opirj), os ashaninka também não sairão mais da terra indígena para as cidades do entorno para evitar que, ao retornar, levem o vírus para a aldeia.

“Está definitivamente fechada a entrada de qualquer pessoa de fora e o trânsito de pessoas da nossa comunidade na cidade de Marechal Thaumaturgo ou Cruzeiro do Sul. Não vai ter saída. Nós vamos ficar um período acompanhando. Essa medida é pra proteger nossa comunidade. Sei que não vai ser fácil controlar, mas vamos no dedicar a isso, trabalhar com informações para que nossa comunidade se resguarde dessa situação que estamos vivendo”, disse.

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