Um dia depois dos programas de TV que trouxeram, de forma separada, entrevistas com os candidatos à Presidência dos EUA, os números mostram que o “town hall” com o democrata Joe Biden teve mais audiência do que o evento com Donald Trump.
Os dois programas foram transmitidos no mesmo horário — o de Trump teve duração de uma hora, enquanto o de Biden teve uma hora e meia — e a revista Variety afirmou que 12 milhões de pessoas assistiram ao democrata na ABC, enquanto 10,4 milhões viram o republicano na NBC. Os dados são preliminares, observou a revista.
Pela agenda original, o segundo debate entre os dois candidatos deveria ter ocorrido nesta quinta-feira, seguindo o formato “town hall”, quando os dois respondem, além das questões do moderador, perguntas de eleitores indecisos. Contudo, o anúncio de que Donald Trump estava infectado pelo novo coronavírus, no começo do mês, mudou os planos.
Inicialmente, a comissão organizadora dos debates sugeriu que o evento fosse realizado de forma virtual, com os dois candidatos em locais diferentes. A campanha de Biden topou, mas o republicano se disse contrário à ideia. Com isso, não restou outra saída a não ser cancelar o debate — mesmo assim, a ABC e a NBC resolveram realizar eventos separados.
Na Filadélfia, Biden atacou a maneira como Donald Trump enfrentou a pandemia da Covid-19 e prometeu ações para incentivar o uso de energia limpa nos EUA, mas titubeou ao ser questionado sobre a ideia de expandir o número de juízes na Suprema Corte. Essa proposta circula em alguns meios democratas e é vista como uma resposta à apressada indicação da juíza Amy Coney Barrett para a vaga de Ruth Bader Ginsburg, que morreu em setembro.
Em Miami, por sua vez, Trump defendeu sua gestão da crise sanitária e econômica, e, mais uma vez, se recusou a condenar supremacistas brancos ou o movimento conspiracionista QAnon, cujos símbolos estão cada vez mais presentes em seus comícios. Ele ainda refutou as acusações sobre seu imposto de renda, especialmente sobre os mecanismos para pagar pouco ou mesmo se ver isento, e levantou a hipótese de uma iminente fraude na eleição, apontando para os votos por correio, mesmo sem provas.
As duas emissoras de TVs foram criticadas por terem colocados os dois candidatos no ar exatamente na mesma hora, impedindo uma comparação entre eles.
Segundo a Comissão para Debates Presidenciais, o duelo final entre Trump e Biden está marcado para o dia 22 de outubro em Nashville, no estado do Tennessee. Em tese, os dois se disseram dispostos a participar, e o modelo, segundo a revista Newseek, deve ser o mesmo do primeiro debate, com perguntas feitas por uma moderadora, Kristen Welker, da NBC.
A campanha de Biden divulgou um comunicado nesta sexta-feira no qual informa que o ex-presidente Barack Obama participará de um evento para apoiar o candidato democrata, na próxima quarta-feira, mas não deu mais detalhes sobre o comício.
A Pensilvânia é um dos estados considerados essenciais para a disputa neste ano. O evento, que ocorrerá na Filadélfia, a cidade mais populosa da Pensilvânia, será a primeira aparição presencial de Obama na campanha de Biden. O ex-presidente, que continua sendo uma das figuras mais populares da política americana, segundo pesquisas, já havia gravado vídeos em apoio a seu ex-vice-presidente e também discursou na Convenção Nacional Democrata deste ano. [Foto de capa: AFP]