MP abre inquérito para apurar compra de aventais feita pela gestão Doria

O Ministério Público de São Paulo abriu inquérito civil para apurar possíveis irregularidades na dispensa de licitação feita pela gestão do governador João Doria, do PSDB, na compra de aventais cirúrgicos usados por profissionais da saúde no enfrentamento à pandemia.

A aquisição foi feita pelo Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (IAMSPE), que pertence ao governo estadual paulista.

A denúncia foi feita pelo Grupo Parlamentares em Defesa do Orçamento, que faz oposição ao governo Doria, e que lançou suspeitas sobre a contratação por R$ 540 mil para a compra de 2 mil peças ao custo de R$ 270 o avental.

Os parlamentares fazem vistoria em hospitais e unidades de saúde, mas já causaram confusão e polêmica durante essas ações e chegaram a ser acusados de invadir hospitais.

Em nota, o Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE) informou que ainda não foi notificado da apuração, mas que forneceu, em 3 de setembro, informações sobre a compra de aventais com a empresa Total Clean à Controladoria da Secretaria da Fazenda de São Paulo. Disse ainda que o material do avental é reutilizável, o que permite reutilização por até 130 lavagens, diferente dos aventais tradicionais que são descartados no lixo.

“O material foi disponibilizado para garantir mais proteção aos profissionais de saúde que atuaram na linha de frente do combate ao Covid-19. O custo do avental descartável tradicional à época era de R$ 12,80 enquanto o reutilizável R$ 270,00. Considerando a durabilidade e quantidade de lavagens possíveis, o seu valor unitário seria em torno de R$ 2,07, o que resultou em uma economia de 83%”, informa a nota do governo estadual.

Em maio, o Ministério Público de São Paulo já havia aberto inquérito para apurar suspeitas de irregularidades em compras feitas na saúde pelo governo Doria durante a pandemia.

Uma das compras que chamou atenção dos promotores foi aquisição de 3 mil respiradores pelo governo paulista por cerca de R$ 550 milhões. Os equipamentos foram importados da China.

O Tribunal de Contas do Estado também abriu investigação para apurar o caso.

O governo sempre alegou que a compra foi feita para salvar vidas em razão da necessidade de reforçar o número de respiradores em leitos do SUS e de São Paulo ter se tornado o epicentro dos casos de Covid-19 no país – já foram registradas mais de 38 mil mortes no estado. [Foto de capa: Roberto Casimiro/Agência O Globo]

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