Saiba como católicos, evangélicos e espíritas celebram o Dia dos Finados

Não é recente a comemoração de Dia de Finados em todo o mundo. Entende-se que a data foi instituída no século X, na abadia beneditina de Cluny, na França, pelo abade Odilo (ou Santo Odilon [962-1049], como chamado entre os católicos).

Odilo de Cluny sugeriu, no dia 02 de novembro de 998, aos membros de sua abadia que, todo ano, naquele dia, dedicariam suas orações à alma daqueles que já se foram. A ação de Odilo resgatava um dos elementos principais da cosmovisão católica: a perspectiva de que boa parte das almas dos mortos está no Purgatório, passando por um processo de purificação para que possam ascender ao Paraíso.

O dia dois de novembro foi escolhido pela proximidade com o Dia de Todos os Santos (comemorado na véspera, dia um de novembro) quando a Igreja celebra todos aqueles que morreram em estado de graça. Portanto, esse dia ficou consagrado à celebração daqueles que morreram e não costumavam ser recordados nas orações.

O dia de finados no Brasil é um dia de pensamentos, lembranças daqueles que partiram e também de valorização da vida. Como a maior parte das escolas e negócios estão fechados neste dia, as pessoas ficam livres para celebrar em casa ou fora.

Aqui, é típico ir ao cemitério visitar o túmulo de seus entes queridos para deixar-lhes flores e fazer orações para eles. Neste dia os cemitérios geralmente ficam lotados e é possível ver pessoas vendendo flores nas ruas. Também é muito comum ir às igrejas e fazer missas pelas pessoas que já se foram.

A reportagem do ContilNet resolveu abordar como as três principais matrizes do pensamento religioso celebram o dia, a saber: o protestantismo, o catolicismo e o espiritismo.

Como a igreja católica comemora?

O padre Jairo Coelho, da Diocese de Rio Branco, explica que a igreja celebra o dia de Finados por um único motivo. “Porque acreditamos na vida eterna. Acreditamos no céu. Por isso, não é o dia apenas de recordar os nossos entes queridos, mas principalmente de orar por eles”, pondera o sacerdote.

O padre reforça que cada fiel dia desempenha um papel importante não só neste dia. “Os fiéis são convidados a orar pelos falecidos todos os dias. Porém, o dia de finados é especial para isso. A principal oração que podemos oferecer a eles é a Santa Missa, pois na Missa, o próprio Jesus Cristo morto e ressuscitado ora por nós diante de Deus Pai”.

Igreja evangélica e o Dia de Finados

Não é comum entre evangélicos a prática de ir ao cemitério para acender velas aos entes que já faleceram e, por isso, a data não tem uma cerimônia ou comemoração.

De acordo com o pastor da Igreja Batista para as Nações, João Moniz, a “eternidade é o que aguarda todo aquele que crê em Cristo Jesus”.

“Como cristão não posso acreditar no dia dos “finados” com essa conotação comum de que com a morte tudo terminou. Minha esperança venceu a morte quando Cristo ressuscitou. Assim, creio que a eternidade é o que aguarda todo aquele que crê em Cristo Jesus. Como disse o apóstolo Paulo: “Nem a morte pode nos separar do amor de Deus””, explicou.

Os espiritas e o Dia de Finados

Para o mestre Antônio Gomes, da 7ª Região do Centro Espírita Beneficente União do Vegetal, a data não tem necessariamente uma ligação espiritual, mas um momento para relembrar com gratidão dos que já faleceram.

“Um dia importante para as pessoas reviverem momentos importantes com seus entes queridos. Não tem, necessariamente, uma ligação espiritual/religiosa, mas de afeto”, destacou.

“As pessoas são livres para expressarem a saudade, a gratidão e o amor da forma como quiserem nesta data”, finalizou.

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