Deputados, senadores e representantes do Brasil e de outros sete países da América do Sul reativaram nesta segunda-feira (21) o Parlamento Amazônico (Parlamaz).
O Parlamaz é um órgão regional, composto por representantes do parlamento do Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela.
Fundado em abril de 1989, o órgão busca criar políticas de cooperação para desenvolvimento sustentável da região amazônica e proteção da floresta. O Parlamaz estava desativado há oito anos.
Os parlamentares que vão representar o Brasil são:
senadores: Nelsinho Trad (PSD-MS), Eduardo Braga (MDB-AM), Plinio Valério (PSDB-AM), Paulo Rocha (PT-PA) e Telmário Mota (Pros-RR);
deputados: Marcelo Ramos (PL-AM), Leo Moraes (Podemos-RO), Perpétua de Almeida (PCdoB-AC) e José Ricardo (PT-AM).
Trad foi eleito, por aclamação, presidente do Parlamaz . Ele teve respaldo dos demais integrantes do órgão, que preferiram não indicar novos nomes para disputar a vaga e deram suporte ao senador.
Os integrantes do Parlamaz agora vão enviar em até 30 dias um nome indicado por cada delegação para ocupar o cargo de vice-presidente.
Depois, o órgão vai fazer uma reunião para definir o plano de trabalho que contemplará o desenvolvimento sustentável da região e o fortalecimento da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA).
Reunião
O senador Nelsinho Trad (PSD-MS), presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional e um dos integrantes do órgão, presidiu a reunião virtual que marcou a reativação do colegiado.
Em discurso, ele explicou que a ideia de retomar as atividades do Parlamaz veio após uma reunião na embaixada do Equador em 2019.
“Nossa pauta principal é a proteção do nosso imenso patrimônio, constituído pela floresta amazônica. São 7 milhões de km quadrados de pura riqueza na região de maior biodiversidade do mundo”, destacou o senador.
O senador destacou a diversidade natural do bioma para defender a soberania dos países sobre a região.
Trad afirmou que os países entendem a importância da Amazônia para a “economia mundial e para o ecossistema, mas não aceitamos delegar a titularidade sobre as políticas a serem adotadas”.
“As nossas populações dos 8 países membros conhecem melhor do que qualquer outra a sua própria casa”, disse o senador.
Desmatamento
A área desmatada na Amazônia entre agosto de 2019 e julho de 2020 foi de 11.088 km², de acordo com números oficiais do governo federal divulgados nesta segunda-feira (30) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
De acordo com o Inpe, trata-se de um aumento de 9,5% em relação ao período anterior (agosto de 2018 a julho de 2019), que registrou 10.129 km² de área desmatada
O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, é presidente do Conselho da Amazônia, órgão criado pelo governo para coordenar as ações federais na floresta.
A criação do conselho também é uma tentativa de dar uma resposta às críticas da comunidade internacional sobre a atuação da gestão do presidente Jair Bolsonaro na preservação da Amazônia.
No começo de dezembro, ao comentar o crescimento do desmatamento na região, Mourão disse que o resultado poderia ser ainda pior. Mourão disse que o governo chegou a prever 20% de aumento.