Sem isolamento, média de enterros diários aumenta em cemitérios de Manaus

O número de pessoas vítimas da Covid-19 não para de crescer em Manaus. Segundo a Prefeitura de Manaus, a média de enterros aumentou de setembro para cá, com a flexibilização das medidas de isolamento: de 30 pulou para cerca de 45 sepultamentos diários.

Somente nesta segunda-feira (28), foram registrados nove sepultamentos de mortos pela doença nos cemitérios da cidade, conforme a prefeitura.

Parentes não são autorizados a entrar nos cemitérios por medida de segurança. Desde o início da pandemia, no máximo só três pessoas podem acompanhar o enterro de quem morre por Covid-19

Para evitar a proliferação do vírus, o cemitério limitou a área para sepultamentos causados pela doença. De um lado ficam os casos suspeitos, enquanto do outro lado ficam os casos confirmados de mortes.

O enterro solitário contrasta com as festas clandestinas que acontecem na capital do Amazonas, com aglomeração e divulgação de informações falsas sobre o fim da pandemia. O estado, especialmente Manaus, vive um novo aumento de casos.

Segundo o governo, dos 11 hospitais particulares da capital, sete estão com 100% dos leitos de UTI ocupados. Já os hospitais públicos estão com mais de 90% de taxa de ocupação de leitos.

A Secretaria Estadual de Saúde disse que iniciou uma nova fase para enfrentar a doença. “A utilização de todos os leitos da rede pública serão destinados ao combate e ao enfrentamento da Covid”, afirmou Marcellus Campêlo, secretário de Saúde.

No sábado (26), o governo do estado, por decreto, fechou as atividades não essenciais por quinze dias. Os comerciantes protestaram e o governo recuou e flexibilizou as restrições, permitindo que o comércio reabrisse com restrição de horário.

Nesta segunda-feira (28), o Amazonas já tem mais de 196 mil casos da doença e mais de 5 mil mortes.

O epidemiologista Jesem Orellana alerta que Manaus pode reviver cenas que chocaram o mundo entre abril e maio, quando a cidade passou pelo pico da pandemia, com enterros coletivos e pessoas morrendo em casa por falta de vagas nos hospitais.

“Isso tem uma implicação prática muito objetiva, você não vai conseguir reduzir o número de pacientes graves demandando por internação hospitalar, não vai conseguir reduzir a demanda de pacientes por leitos de UTI, o que significa mais adoecimento e morte que poderiam estar sendo atenuados com essas medidas restritivas”, disse.

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