200 dias para as Olimpíadas: R$ 15 bilhões mais caras e ainda com público e vacina como desafio

A 200 dias de seu início, as Olimpíadas de Tóquio se veem diante de desafios e problemas que não atormentaram sua organização entre 2013, quando a capital japonesa foi eleita sede do megaevento esportivo, e março de 2020.

Mas o impacto da pandemia provocou, além do adiamento das disputas em um ano, uma infinidade de obstáculos que acendem alertas na reta final de preparação.

Curiosamente, nenhuma das dificuldades diz respeito a obras da cidade ou de instalações esportivas, como é praxe nas organizações olímpicas, nem prazos – todas as arenas esportivas, algumas delas remanescentes das primeiras Olimpíadas de Tóquio (1964), ficaram prontas antes da hora.

O grande inimigo para a realização dos Jogos é o tempo. E, se no dia 23 de julho, data programada para a cerimônia de abertura, as Olimpíadas forem de fato iniciadas, já se sabe que será uma edição bem diferente das anteriores.

O COI (Comitê Olímpico Internacional) e o comitê organizador local se movimentam para tentar criar um plano de vacinação para os cerca de 11 mil atletas que se deslocarão a Tóquio. Ao mesmo tempo, ambos afirmam que é possível organizar o evento mesmo sem vacinas.

A solução elaborada pelas duas entidades e pelas autoridades japonesas será um constante e rígido controle de entrada de estrangeiros no país. Qualquer admissão às áreas do chamado cinturão olímpico também será fortemente controlada.

O impasse em relação a acessos também impacta a presença – ou não – de torcida nas arquibancadas. Entre março e abril sairá uma decisão dos organizadores sobre público. Pode haver ou não fãs nas tribunas. E, se houver, ainda há discussão sobre qual capacidade será aceita nos locais de competição.

Em meio a tantas indefinições, o o adiamento também deixou as Olimpíadas mais caras. O comitê organizador estima gastar cerca de US$ 3 bilhões (cerca de R$ 15 bilhões) a mais do que o previsto diante do adiamento. Do total de aditivo, cerca de R$ 5 bilhões são relativos apenas a medidas contra a Covid-19.

Com esses incrementos, o orçamento total dos Jogos já está na casa dos US$ 13 bilhões, ou seja, mais de R$ 65 bilhões. Os valores são divididos entre os governos do Japão, de Tóquio e organizadores.

A alta nas despesas poderia ser amortizada com o faturamento em bilheteria. Mas, também em razão da pandemia, o turismo internacional no Japão caiu a quase zero.

E, para 2021, as perspectivas são muito incertas. A projeção mais recente das autoridades locais é de reabrir as fronteiras para os turistas em abril, mas com pouquíssimas concessões: a abertura seria em caráter de teste e repleta de exigências.

Os atletas, treinadores e oficiais que forem aos Jogos terão isenção de quarentena, mas precisão seguir regras para circular pela cidade. Os competidores deverão seguir um código de conduta, passível de punição caso haja descumprimento.

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