O Arcebispo Metropolitano de Belém, Dom Alberto Taveira Corrêa, de 70 anos, foi acusado de assédio moral e sexual por quatro ex-seminaristas, como revelou uma reportagem do “Fantástico”, no último domingo, dia 3. Os Padres Fabio de Melo e Marcelo Rossi demonstraram apoio ao religioso, por meio de vídeos, e isso gerou críticas nas redes sociais. É que o caso ainda está em investigação da Polícia Civil.
“Padre Fábio de Melo e Padre Marcelo Rossi deveriam ter ficado quietos, esperando a divulgação das provas da acusação. Em uma igreja com tantos escândalos sexuais vão parecer coniventes e se forem comprovados estarão entre os inumeros padres que acobertam amigos abusadores”, criticou o escritor Ale Santos.
“Os padres Marcelo Rossi e Fabio de Melo saíram em defesa do arcebispo Dom Alberto, acusado de abuso sexual. Nojo.”, escreveu uma internauta.
Memes do Pica Pau passando pano, que é usado quando alguém é conivente com algo, foi utilizado para descrever as atitudes dos parócos.
Padres pediram investigação
Dois padres de Belém registraram o depoimento dos quatro ex-seminaristas em junho de 2019 e escreveram uma carta ao Bispo Emérito de Marajó (PA), Dom José Azcona, conhecido por sua luta contra o abuso sexual de crianças e adolescentes. Na carta, ambos pedem a investigação dos relatos.
Além da Polícia Civil, o caso também foi levado à Nunciatura Apostólica de Brasília, representação diplomática da Santa Sé. Um representante do Vaticano veio ao país para apurar as denúncias.
A Nunciatura Apostólica afirmou que caberia à Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) comentar as denúncias, mas o órgão afirmou que não foi informado oficialmente do caso.
Na semana passada, 37 entidades civis e de direitos humanos assinaram um manifesto pedindo o afastamento do arcebispo de seu cargo até o fim das investigações.
O Arcebispo recebeu a solidariedade de ex-seminaristas e padres, como Marcelo Rossi e Fabio de Melo.
Roberto Lauria, advogado de Dom Alberto, afirmou que o religioso está à disposição para depoimento na Polícia Civil ou no Ministério Público:
— Todo católico paraense conhece a lisura, a honestidade, a honradez com que se porta Dom Alberto. (…) que doou meio século de vida à Igreja Católica, passando por 3 estados e o DF, coordenando seminários, ordenando como padre mais de 200 seminaristas — afirmou. — Os denunciantes não são quatro pessoas isoladas. São um grupo de pessoas, que têm um profundo recalque, um profundo sentimento de vingança por Dom Alberto e, por que tem esse sentimento? Justamente, pela grande característica da gestão de Dom Alberto, que era uma gestão austera. Pessoas foram afastadas do seminário por comportamento incompatível com a vida religiosa.