Cuca valoriza mudanças após apagão em clássico e exalta sacrifício de Soteldo

O clássico entre Santos e Corinthians, nesta quarta-feira, teve dois momentos bem distintos: um antes e um depois do apagão. Até o blecaute, aos 12 minutos de jogo, o Corinthians dominava na Vila Belmiro.

Na retomada da partida, Cuca promoveu ajustes e a situação se inverteu. Ao fim do jogo, o treinador valorizou estas mudanças e exaltou a participação de Soteldo, que jogou no sacrifício, lesionado.

“O Corinthians começou melhor que nós. Engraçado que nós tínhamos mais posse de bola, mas foi o Corinthians quem teve as melhores oportunidades”, admitiu Cuca. “Aí deu o apagão e pudemos arrumar este desconforto que estávamos tendo no jogo. E passou a ser equilibrado até o fim do primeiro tempo. Sentíamos que precisava de uma armação de jogo maior, uma mudança de direção no meio-campo, algo diferente para sair da marcação forte.”

Os ajustes continuaram no intervalo. Mesmo longe de estar 100%, Soteldo entrou em campo e mudou ainda mais a situação do jogo.

“A entrada do Soteldo foi fundamental, descobrimos a velocidade na transição, uma hora pelo lado esquerdo, outra por dentro, trocando de posição com o Braga e a equipe se soltou. Criou chances, fez o gol, dominou o jogo. Acredito que tenha sido uma vitória justa.”

Cuca confirmou a lesão do venezuelano. “A situação dele não é física, é clínica. Ele está com um problema no adutor. Pensamos muito sobre trazer ele para o jogo, deixamos no banco, na intenção de não precisar. Mas precisou e ele foi fundamental para a vitória. Quando esteve no campo, mudou a equipe do meio para a frente, fez a transição. E ajudou a gente a definir o jogo.”

No lance do único gol da partida, o atacante finalizou da entrada da área e obrigou Cássio a espalmar. Marinho pegou o rebote e acionou Marcos Leonardo, que mandou para as redes. O autor do gol também ganhou elogios do treinador.

“Marcos Leonardo é um menino de 17 anos, não podemos esquecer isso. Está em formação óssea ainda, terminando de pegar uma composição corporal para depois aprender muita coisa que o futebol vai ensinar a ele. Ele está precoce, deveria estar no time sub-20, ganhando tempo. Mas já está com a gente. Ele tem cheiro de gol, gosta de estar perto do gol. E isso é muito importante para centroavante.”

Sem esconder o clima de despedida, Cuca reuniu todos os jogadores e a comissão técnica numa grande roda no gramado ao fim do jogo. O treinador admitiu que já se prepara para deixar o clube, ao fim do Brasileirão – o Santos está perto de anunciar o nome do novo técnico para a temporada 2021, com início no fim do mês.

“Lembrei ali como eles estão sendo grandes, passando o momento que passamos, perder a Libertadores aos 53 minutos do segundo tempo, num jogo que nosso goleiro não fez uma defesa. Dali a três dias tivemos um jogo dificílimo contra o Grêmio, lá. Fizemos um jogo com alta intensidade, com muitos desfalques, fazendo força de grupo. Então dei os parabéns falando desta gana, desta vontade que eles têm. E mostrar que podem reverter uma situação dolorosa, como foi aquela da Libertadores”, contou Cuca.

Ele admitiu que a derrota na final da Copa Libertadores, diante do Palmeiras, ainda está sendo digerida pelo grupo.

“Ainda estamos com uma dor muito grande da perda da Libertadores, procurando aceitar o que aconteceu. E depois da perda da Libertadores é normal dar uma baqueada e esmorecer. Perdemos o Lucas Veríssimo, o Pituca, o Kaio Jorge, o Soteldo, o Laércio. E botamos a meninada, que empatou com o Grêmio, jogou bem contra o Atlético-GO, venceu o Coritiba e hoje venceu o clássico, que era uma decisão. É normal que estejam comemorando muito agora.”

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