Um em cada 10 tem sequelas três meses após contrair novo coronavírus

A OMS (Organização Mundial da Saúde) alertou para os efeitos a longo termo da Covid-19, dizendo que as pessoas que sofrem com essas consequências precisam de cuidados continuados e prolongados.

Segundo um novo resumo de políticas da OMS e do Observatório Europeu de Sistemas e Políticas de Saúde, cerca de uma em cada 10 pessoas tem problemas de saúde persistentes 12 semanas após ter Covid-19.

Respostas

O novo documento destaca as respostas em diferentes países europeus e analisa como os pacientes, incluindo profissionais de saúde, estão conduzindo algumas dessas respostas.

O diretor-geral da OMS para a Europa, Hans Henri P. Kluge, disse que estes casos longos são “um motivo extra de preocupação.” Kluge informou que a agência “não tem todas as respostas e não sabe que porcentagem dos doentes sofre de efeitos a longo prazo”, mas está recolhendo essas informações rapidamente.

Para ele, essa deve ser “uma prioridade clara” da OMS e dos sistemas de saúde.

Dificuldades

As pessoas afetadas reclamaram de estigmas e se dizem incapazes de acessar e navegar pelos serviços.

Elas têm lutado para que seus casos sejam levados a sério, mas os cuidados especializados são quase sempre inacessíveis. Existem também problemas de acesso a prestações por doença e incapacidade.

Associações de pacientes estão pedindo o reconhecimento desses impactos, sejam médicos, psicológicos ou sociais, e uma maior conscientização entre todos os profissionais de saúde.

Sintomas

Segundo a OMS, esta realidade ainda não é totalmente compreendida, mas inclui um conjunto de sintomas físicos preocupantes.

A agência destaca casos de fadiga severa e aumento do risco de danos ao coração, pulmões e cérebro. Segundo os dados, um quarto das pessoas com Covid-19 sofre de sintomas entre quatro a cinco semanas após o teste positivo.

Tudo isso pode impactar a capacidade das pessoas de trabalhar e desfrutar de uma boa qualidade de vida. Segundo a OMS, já existem informações suficientes para definir políticas de saúde.

A agência recomenda abordagens multidisciplinares, novas vias de atendimento, serviços apropriados, incluindo reabilitação, envolvimento de pacientes para promover autocuidado e criação de sistemas de vigilância.

Futuro

O resumo de políticas alerta, no entanto, que são necessários mais estudos coordenados, multidisciplinares, nacionais e internacionais para compreender o impacto clínico das condições pós-Covid-19.

A autora principal do documento, Selina Rajan, disse que a pandemia “demonstrou a importância de envolver os pacientes na pesquisa”, mas que “ainda há muito a ser compreendido sobre as consequências de longo prazo das infecções em crianças e adultos, e as intervenções necessárias para tratá-las.”

(Imagem: Unicef/Evgeniy Maloletka)

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