Com escassez de “kit intubação”, AM não vai mais receber pacientes do Acre com covid

O Governo do Amazonas anunciou, nesta quarta-feira (31), que suspendeu a recepção de pacientes com Covid de outros estados por conta do risco de ficar sem medicamentos do “kit intubação”, composto por bloqueadores neuromusculares e sedativos.

A medida foi tomada após avaliação do cenário epidemiológico da pandemia de Covid-19 no Brasil, tendo em vista a escassez no mercado brasileiro de remédios do “kit intubação”.

Até esta quarta, o estado já havia recebido 48 pacientes de Rondônia e do Acre para tratamento contra Covid em Manaus, na Operação Gratidão. Desses, 18 receberam alta e cinco morreram.

Entre janeiro e fevereiro deste ano, o Amazonas enviou mais de 500 pacientes a outros estados por conta do colapso da segunda onda da Covid. Até esta quarta, mais de 11,9 mil pessoas morreram com a doença no estado.

Conforme o governo, a operação foi suspensa por conta do risco de desabastecimento dos medicamentos. O retorno das cirurgias eletivas na rede estadual de saúde também foi suspenso.

O secretário de Saúde do Amazonas, Marcellus Campêlo, informou que ambas as medidas são temporárias para que o estado possa melhor avaliar o cenário local, “diante da possibilidade de um novo incremento de casos”.

O governo informou, ainda, que trabalha em estratégias para garantir o abastecimento de insumos. Conforme Campêlo, o Estado irá recomendar que a rede privada de saúde também avalie a suspensão de cirurgias eletivas.

A Secretaria de Saúde orienta que sejam mantidas apenas as cirurgias de urgência e emergência e aquelas que não podem ser adiadas por risco aos pacientes, como as cardíacas e oncológicas.

Estoque para um mês

Segundo o governo, a Central de Medicamentos do Amazonas (Cema) está abastecendo o Hospital Delphina Aziz, a maior unidade referência para Covid-19 no Estado, e tem estoque para aproximadamente um mês.

A escassez de medicamentos usados na intubação de pacientes com Covid-19 levou o Ministério da Saúde a fazer a requisição administrativa da indústria local. Com isso, toda a produção está sendo direcionada para o Ministério da Saúde fazer a distribuição entre os estados.

Por isso, o Delphina Aziz, com 180 leitos, não está conseguindo fazer aquisições com seus fornecedores por conta da requisição do Ministério da Saúde.

PUBLICIDADE