O poder de compras dos brasileiros que receberam auxílio emergencial no ano passado caiu com o fim da ajuda e, com ele, os gastos que tinham com supermercado, saúde e cuidados pessoais. Em janeiro de 2021 houve queda do ticket médio e quantidade de brasileiros que gastaram suas finanças nesses três segmentos.
É o que mostra levantamento do Guiabolso, plataforma de soluções de finanças, ao analisar como mudou o comportamento dos brasileiros após o pagamento da última parcela do auxílio emergencial em dezembro de 2020. Com uma base de seis milhões de usuários, a startup fez um recorte daqueles que receberam ao menos uma parcela do auxílio e analisou os impactos do fim dessa ajuda.
De janeiro a março de 2020, 58% da base que, com a pandemia passou a receber o auxílio emergencial, gastava dinheiro em supermercados. Já com a chegada da pandemia mesmo, este número caiu para 55% e, em janeiro de 2021, após o fim do auxílio emergencial, este número caiu ainda mais: para 50%.
Além da queda quantitativa de pessoas, os usuários que deixaram de receber o auxílio emergencial também diminuíram o valor gasto em supermercado. Em 2020, no primeiro trimestre, a base analisada gastava R$ 155 no segmento. Em janeiro de 2021, este valor foi reduzido para R$ 106..
“Observamos logo nos primeiros dias que o fim do auxílio emergencial fez com que boa parte dos brasileiros sentisse o impacto nas finanças e renda. Este foi o principal fator que colaborou nas mudanças dos gastos essenciais do dia a dia”, explica Mateus Brum, diretor de expansão do Guiabolso.
Também houve mudança comportamental na prioridade de gastos com saúde e cuidados pessoais. No período pré-pandemia, 29% da base do Guiabolso que depois receberia o auxílio do governo gastava seu dinheiro nos cuidados com a saúde. Em abril, este número sofreu queda de 7% e atualmente, após o pagamento da última parcela, houve mais uma queda de 9%, atingindo o número de 24,7%.
Nos gastos com cuidados pessoais, de janeiro a março de 2020, 11% da base do Guiabolso gastava dinheiro com esta categoria. Na pandemia, a proporção caiu para 7,7% e hoje apenas 6% da base de usuários que não recebem mais o auxílio ainda gastam seu dinheiro com este segmento.
Levantamento do Guiabolso mostra o comportamento de gastos dos brasileiros que deixaram de receber a ajuda do governo federal este ano.