Duas pacientes com Covid receberam tratamento de nebulização de hidroxicloroquina em uma maternidade de Manaus, mesmo que o procedimento seja totalmente contrário ao padrão adotado e sem eficácia comprovada.
A médica filmou o momento em que uma das pacientes é submetida ao tratamento com hidroxicloroquina, para mostrar aos familiares. A paciente morreu, e um parente denunciou o caso nas redes sociais.
Uma das pacientes morreu e outra teve alta. A Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) informou ao G1, em nota, que determinou abertura de sindicância e o afastamento da médica que realizou o tratamento. A informação foi divulgada inicialmente pelo jornal Folha de S.Paulo.
De acordo com a SES, o procedimento foi feito de livre iniciativa da médica. Ela atuou por cinco dias no Instituto da Mulher Dona Lindu (IMDL), junto com o marido, que também é médico.
Eles foram integrados dia 3 de fevereiro, após contratação em regime temporário pelo Governo do Amazonas, junto com outros 2,3 mil profissionais de saúde, via banco de recursos humanos disponibilizados ao Estado pelo Ministério da Saúde, para atuarem durante a pandemia em hospitais da rede estadual.
Conforme a secretaria, a nebulização com hidroxicloroquina adotada não faz parte dos protocolos terapêuticos da maternidade, “nem de outra unidade da rede estadual de saúde, ainda que com o consentimento de pacientes ou de seus familiares”.
Porém, ainda segundo o órgão, as duas pacientes submetidas ao tratamento assinaram termo de consentimento. Todas as informações sobre o atendimento estão registradas em prontuário.