Taubaté, cidade da mentira: o que há para conhecer na terra dos memes

Taubaté mantinha apenas o título de “Capital Nacional da Literatura Infantil” até 2012, mas ficou conhecido nesse mesmo ano como “cidade da mentira”.

O apelido jocoso surgiu quando uma mulher de lá inventou uma história que estaria grávida de quadrigêmeas e foi a um programa de televisão em busca de ajuda para arcar com os custos que aquela “gestação inesperada”.

A verdade foi descoberta, mas os memes relacionados àquele município só aumentaram.

A história de Maria Verônica Aparecida chamou tanto a atenção dos apresentadores do “Hoje em Dia”, da Record, que Edu Guedes foi às lágrimas com o sofrimento dela.

Não demorou muito para que um repórter fosse à cidade e descobrisse que o ultrassom apresentado pela grávida era falso, que ela conseguiu pela internet.

A “grávida de Taubaté” foi obrigada a devolver todas as doações que recebeu antes que fosse processada judicialmente.

A partir daí, os internautas mais apaixonados por memes começaram a usar o sufixo “de Taubaté” para identificar tudo o que fosse mentira.

O ex-BBB Lucas Fernandes passou pelo “BBB 18” e virou o “noivo de Taubaté”, apelido que ganhou do público por ter entrado comprometido na casa e flertado em rede nacional com a sister Jéssica.

Outro caso que também repercutiu muito na internet foi o “ parkour de Taubaté ” em que mulheres praticavam exercícios físicos na arquibancada na Avenida do Povo, no centro da cidade, que passavam longe de ser um verdadeiro parkour.

O grupo ficou muito triste com a repercussão negativa e falaram sobre a importância de valorizar a participação de mulheres neste esporte.

Reprodução
Garotas praticando parkour em Taubaté viraram meme nas redes sociais

Além dessas histórias, Taubaté também terra de vários personagens importantes da história, cômicos e fictícios que estão espalhados por todos os lugares. Conheça eles:

Velhinha de Taubaté

Pouco se sabe sobre o motivo que levou o escritor e cronista Luís Fernando Veríssimo a criar a localizar a personagem de humor em Taubaté. Existe uma teoria que diz que a ideia era gerar a sigla “VT”, que seria “TV” ao contrário, mas nada foi confirmado pelo autor que hoje está com 84 anos. Ela era descrita como “a última pessoa no Brasil que ainda acreditava no governo” e, em 25 de agosto de 2005, em tempos de crise do “mensalão”, Veríssimo anunciou que a personagem tinha morrido em uma crônica intitulada “Velhinha de Taubaté (1915-2005)”.

Casimira de Taubaté

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Em 1977, Roberto Bolaños criou no seriado “Chaves” o episódio chamado “El Casimir”, que no Brasil ficou conhecido como “Um finíssimo tecido Made in Taubaté”.

Na atração, Seu Madruga (Ramón Valdez) oferece a Seu Barriga (Edgar Vivar) um “tecido finíssimo”, que ele havia herdado de um parente falecido, como parte do pagamento do aluguel. Esperto, o proprietário do imóvel percebe a mentira pelo selo que diz “Made in Taubaté”.

Neyde Taubaté

Reprodução/TV Globo
Chico Anysio como Neyde Taubaté, em homenagem a Hebe Camargo

Chico Anysio tinha uma lista enorme de personagens únicos, cada um com suas características e bordões.

Neyde Taubaté, por exemplo, era uma homenagem às mulheres apresentadoras do telejornal, inspirado no “Jornal Nacional”.

O humorista pegou algumas características de sua amiga, Hebe Camargo, e deu o sobrenome de “Taubaté” para a personagem que tinha bordões muito conhecidos na época como “Uau” e “Não é mesmo?”.

Batman de Taubaté

Reprodução/RecordTV
Andy Trevisan é policial aposentado e conscientizava crianças sobre crimes

Andy Trevisan, na época com 54 anos, era um militar aposentado e, em parceria com a Polícia Militar, levava palestras sobre segurança pública à escolas. No mesmo ano em que explodiu a história da falsa grávida, o super-herói taubateano também ganhou os noticiários e o aposentado se tornou o “Batman de Taubaté”.

Ele contou em entrevistas que fazia cosplay para me aproximar das crianças e usava essa linguagem para atuar em um projeto social.

Xuxa de Taubaté

Reprodução/Instagram
Cíntia Lopes, mais conhecida como Xuxa de Taubaté

Recentemente, no dia 20 de março, Cíntia Lopes apareceu na plateia virtual do “Altas Horas” e chamou a atenção por sua semelhança com Xuxa Meneghel. A artista também é de Taubaté foi lá que começou a fazer fama. Ela começou a ser reconhecida pelos fãs da Rainha dos Baixinhos quando passou por um processo de depressão, perdeu os cabelos e fez o corte parecido com o da apresentadora. Hoje ela tem figurinos bem parecidos com os de Xuxa e trabalha como cover oficial dela .

Borboletinha de Taubaté

Reprodução/Instagram
Tom Cavalcante (Pitbicha), Heitor Martins (Pitbitoca) e o cantor Tiago Abrava

Quem não se lembra do personagem Pitbicha, vivido por Tom Cavalcante, que tinha um fiel escudeiro chamado Pitbitoca, mais conhecido como Borboletinha de Taubaté? Em 2001, o ator taubateano Heitor Martins interpretou o personagem que ficou marcado na história da TV e até hoje é conhecido pelo apelido. Ele já foi candidato a vereador da cidade, mas ficou apenas como suplente.

Homem-Aranha de Taubaté

Reprodução
Homem-Aranha de Taubaté circula pela cidade andando de bicicleta

Ainda não se sabe muitos detalhes sobre quem está por debaixo da fantasia do Homem-Aranha de Taubaté, mas ele já virou um marco na cidade. O rapaz usa um figurino muito parecido com o original e é visto constantemente circulando pelas ruas, mas não voando com suas teias elásticas, mas andando de bicicleta pelo centro da cidade.

Personalidades de Taubaté

Monteiro Lobato (1882-1948)

Um dos maiores escritores brasileiros nasceu em Taubaté e lá, na casa de seu avô materno, Visconde de Tremembé, onde nasceu e viveu até os 12 anos, e que hoje é um museu tombado como patrimônio estadual. Foi lá que ele começou a devorar os livros infantis do avô e onde surgiram suas maiores inspirações para escrever seus livros, incluindo “Caçadas de Pedrinho”, em que é retratada uma jaqueira bicentenária que continua preservada no local. O museu fica na Av. Monteiro Lobato, s/n, no bairro Chácara do Visconde.

Amácio Mazzaropi (1912-1981)

Mazzaropi foi um dos maiores cineastas do Brasil e é o único artista que ficou milionário fazendo filmes no país. Suas produções foram fenômeno de público por mais de três décadas e todos produzidos em Taubaté e nas cidades vizinhas. Até hoje, é possível visitar os estúdios do artista no local onde seus familiares criaram um hotel fazenda e um museu para preservar todo o material cinematográfico e sua história. O local fica na Estrada Municipal dos Remédios, Via dos Remédios, 2380.

Celly Campello (1942-2003)

Dona do hit “Estúpido Cupido” (Stupid Cupid) na época da Jovem Guarda, Celly Campello foi a percussora do rock brasileiro durante o auge da Jovem Guarda. Nascida em São Paulo, a cantora foi criada em Taubaté e começou sua carreira de cantora nas rádios da região, aos 6 anos de idade. Em 1959, participou do longa-metragem de Mazzaropi, “Jeca Tatu”. Ela largou a carreira no ápice, com apenas 20 anos, para se casar e morar com o marido em Campinas.

Hebe Camargo (1929-2012)

Hebe Camargo marcou seu nome como uma das maiores apresentadora da história da TV brasileira. Nascida em Taubaté, saiu da cidade ainda na juventude junto com sua família e sofreu muito preconceito por conta de seu sotaque com o “R puxado”. Mesmo assim, virou cantora de rádio e esteve na estreia da TV no país. A partir daí, impressionou a todos com sua desenvoltura e ganhou seu próprio programa de entrevistas na Band e, depois, se fixou no SBT por muitos anos. Antes de morrer, ficou por dois anos na RedeTV, e assinou contrato com a emissora de Silvio Santos antes de morrer vítima de câncer.

Cid Moreira (1927)

Cid começou na rádio Difusora de Taubaté, sua cidade natal, como contador. Por ter uma voz muito bonita e grave, foi convidado para ser locutor e não deixou mais os estúdios. Apresentou entre 1969 e 1996 o “Jornal Nacional” da Rede Globo, sendo um recordista como o âncora que mais tempo esteve à frente de um mesmo telejornal. Mais tarde, o jornalista usou sua voz para narrar a Bíblia Sagrada de ponta a ponta e vendeu dezenas de CDs para aqueles que desejassem ouvir a história.

 

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