Trabalhador desde os 14 anos, filho de colono e dona de casa, o delegado de polícia Railson Ferreira da Silva, de 37 anos, tem se destacado em Feijó, cidade de origem, pelo trabalho que realiza no combate ao crime.
O acreano saiu do município com 24 anos para estudar Direito no Centro Universitário Uninorte, mas antes disso já atuava como professor concursado, desde que foi aprovado aos 17 anos.
“Meu caminho com o trabalho começou muito cedo. Dei aula pela primeira vez aos 17 anos, quando fui aprovado em um concurso. Aos 24 anos decidi sair de casa para investir nos estudos e fazer Direito, que era o sonho do meu pai pra mim”, comentou o delegado com a reportagem do ContilNet.
O seu sonho, em meados de 2001, ainda não era o de ingressar na carreira policial, mas ser promotor de Justiça. “A polícia ainda não era o meu destino nessa época”, continuou.
Em 2006, Railson fez o concurso da Polícia Civil e foi aprovado para o cargo de agente. Em 2012, disputou a vaga em outro certame para analista judiciário no Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) e também foi aprovado, assumindo o cargo em 2015.
2017 foi o ano do concurso para delegado de Polícia Civil. Mesmo estando no TJAC e aprovado no Exame Nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em dezembro de 2020 ele foi chamado e escolheu sua cidade para exercer a função.
“Fui aprovado e escolhi minha cidade para atuar como delegado, com a mesma vontade que tinha durante a juventude: “lutar pela minha cidade e pelo bem estar da população”. Eu estou aqui, com muito orgulho e carregando os esforços dos meus pais e me esforçando para oferecer o melhor que posso”, explicou.
Com menos de 6 meses de trabalho – que toma pelo menos 14 horas do seu dia -, Ferreira atua diretamente nas operações policiais e é responsável pelo encaminhamento de 110 pessoas às unidades penitenciárias e 140 inquéritos relatados à Justiça.
Railson é casado há oito anos com Willian Barbosa e, como homem gay, conta que a sua orientação sexual nunca foi um impedimento social para chegar ao lugar que almejou, mas entende que sua conquista ajuda no combate à homofobia.
“Sempre busquei respeitar as pessoas e fui respeitado. Eu sou privilegiado e sei que isso não acontece em todos os cenários. Como homem gay, assumido e que sente muito orgulho do que é, acredito que ocupar esse lugar faz com que as pessoas quebrem o preconceito e a homofobia, entendendo que não importa a forma como você ama, mas sua competência, seu caráter e dedicação”, argumentou.
O feijoense destacou que seu objetivo à frente do cargo não é tolher as liberdades dos feijoenses, mas criar, com o apoio da população e dos 20 agentes que estão sob sua liderança, um espaço de cumprimento da legislação e de direitos garantidos.
“Buscarei exercer meu trabalho buscando ser um profissional de grande valor pra sociedade feijoense e, para isso, coloco a Polícia Civil como parceira no combate à criminalidade, a fim de promover verdadeira sensação de paz aos conterrâneos”, concluiu.