Covid: Médico diz que medidas do Governo contribuíram para queda nos números

Os boletins epidemiológicos emitidos pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre) têm mostrado que o número de novos casos de coronavírus, internações e mortes pela doença em todo o Acre reduziu nos últimos dias.

Nenhuma pessoa aguarda em fila para ocupar uma vaga na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), de acordo com a Sesacre.

Em entrevista ao ContilNet, o médico imunologista Guilherme Pulicci disse que uma das causas da queda nos índices é a restrição adota por parte do Governo do Estado sobre o funcionamento de setores não essenciais aos fins de semana e feriados, além do toque de recolher que não permite a circulação de pessoas pelas ruas, a partir das 22h na semana e das 18h nos finais de semana e feriados.

Guilherme foi o entrevista do ContilNet/Foto: ContilNet

“Apesar das dificuldades que a população acreana sofreu com essas medidas, principalmente a fração economicamente desfavorecida, o Estado conseguiu restringir os contatos interpessoais e aglomerações, ao menos em parte, e agora começam a surgir vagas em UTIs e enfermarias, diminuiu o corre-corre atrás de oxigênio e algumas medicações”, explicou.

Para o especialista, esse ainda não é o momento de afrouxar as medidas. Caso o Governo volte atrás no que determinou, o cenário pode piorar. Guilherme acredita que é possível uma flexibilização, desde que a fiscalização ocorra por parte do executivo, com algumas exigências.

“Certamente ainda não é momento de relaxar com as restrições. Eu recomendaria flexibilizar os pequenos comércios com intensa e vigorosa fiscalização quanto às medidas de higiene e distanciamento; fazer todos entenderem que há como voltarmos a “normalidade” se forem respeitadas essas regras; restringir o número de pessoas por metro quadrado nos diversos estabelecimentos e multando quem não cumprir”, sugeriu.

Pulici diz que a forma como os brasileiros no geral cumprem regras precisa ser repensada, mas acredita que as multas são necessárias.

“Nos EUA um jovem não consegue comprar uma bebida alcoólica sem mostrar a identidade que comprova ser maior de 18 anos enquanto no nosso país é difícil alguém cumprir uma regra como essa… É cultural!”, salientou.

“Multas ajudam nesse sentido. Me lembro bem quando o cinto de segurança se tornou obrigatório nos anos 90 em São Paulo, por ordem do então prefeito Paulo Maluf: inicialmente, todos ficaram revoltados, mas com o passar do tempo isso se tornou habitual, foi incorporado à cultura de prevenção e hoje muitos estranham dirigir sem cinto. Deixou de ser incômodo”, finalizou.

Até o momento, o Acre já tem registrado mais de 78 mil casos notificados da doença e mais de 1500 mortes ocasionadas pelo vírus.

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