Maioria dos casais não aguenta intimidade constante sem a esfera pública, diz socióloga Eva Illouz

“A casa sem a esfera pública” pode virar uma experiência “extremamente opressiva”.

A observação da renomada socióloga franco-israelense Eva Illouz sugere que, de fato, concebemos nossas casas não tanto para viver, mas “como um lugar para o qual voltamos”.

E a crise desencadeada pela pandemia de covid-19 nos permitiu avaliar a importância da esfera pública em nossas vidas privadas.

“A ideia de intimidade e de casal que temos se baseia, em grande parte, na possibilidade de ambos levarem suas vidas fora dos limites domésticos”, afirma à BBC News Mundo (serviço em espanhol da BBC) a professora da Escola Superior de Ciências Sociais (EHESS) de Paris e da Universidade Hebraica de Jerusalém.

“Muitas dessas relações se baseiam no fato de que os homens e as mulheres tomam caminhos diferentes durante o dia”, diz.

Na maioria dos casos, cada membro do casal vai para o seu lado, quer cada um tenha um emprego ou um fique encarregado da casa ou dos filhos, o que implica, por exemplo, em sair de casa para levá-los à escola.

“E, depois, à noite eles se encontram.”

Mas os lockdowns impostos para evitar a propagação do novo coronavírus acabaram com as condições que permitem que isso aconteça.

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