Foi no ano de 1988 que o senhor Iovani Ribeiro, 79, saiu de Pernambuco para tentar uma nova vida. Conheceu Assis Brasil, até então com alguns poucos anos de existência, e por ali se estabeleceu. Hoje, tem sua lojinha, sua casa e é uma das figuras mais conhecidas – e queridas – do município que completou 45 anos na última sexta-feira (14).
A data, que marca o desligamento do município de Brasiléia – que aconteceu, mais precisamente, no ano de 1976 – foi celebrada com uma programação que contou com a presença do governador Gladson Cameli, além de autoridades locais, com destaque para o prefeito Jerry Correia.
Em uma das entregas programadas para o aniversário do município está a Casa de Passagem Otonoel de Souza Martins de Oliveira. O novo abrigo construído pela prefeitura para dar suporte aos imigrantes, que usam a cidade como porta de entrada ou saída para o Brasil, tem a missão de ajudar no maior desafio da tríplice fronteira: o fluxo imigratório.
Fluxo esse que, segundo Iovani, considera um dos maiores desafios dos 33 anos que reside na cidade. “Esse é um problema, mas ninguém fala muito sobre isso. Mas, desde que cheguei, muita coisa mudou: mais avenidas, todas bem pavimentadas, tudo aumentou. Até as igrejas [risos]. Tem (sic) pra mais de 20 igrejas evangélicas e uma católica”.
Iovani conta que conhece cada rua da cidade e que viu muitas delas serem criadas. “Quando eu cheguei, minha rua já existia. Ela foi inaugurada lá por volta de 1976. Foi nessa época que começaram a executar obras importantes, como prefeitura, delegacia […] depois disso, tudo foi acontecendo e a cidade aumentou muito”.
E é justamente isso que ele deseja à cidade que o recebeu de braços abertos: desenvolvimento. “Não imaginava [que a cidade se tornaria o que é hoje]. Vim de Pernambuco e hoje me considero pernacreano [mistura de pernambucano com acreano]. Foi aqui que comecei minha nova vida. Comecei tudo aqui”.
E o ‘pernacreano’, na data considerada especial para o município, relembra suas experiências e afirma: não pretende sair de Assis Brasil. “Tudo meu (sic) tá aqui. Não quero morar em lugar nenhum. Tenho minha casa, minha lojinha, minhas coisas. Sou poeta, escritor e essa cidade é minha inspiração há 33 anos”.