Os senadores Omar Azize (PSD) e Eduardo Braga (MDB), que representam o Estado do Amazonas e fazem parte da CPI da Covid no Senado, terminam a semana prontos para uma possível guerra contra o presidente Jair Bolsonaro. A causa seria a Zona Franca de Manaus, citada em live do presidente na noite de noite de quinta-feira (20) e cuja citação foi vista pelos parlamentares como uma ameaça aos integrantes da CPI da Covid e irritou parlamentares amazonenses.
A live de Bolsonaro foi feito horas depois do fim do segundo dia de depoimento do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, general da ativa do Exército brasileiro. Bolsonaro citou políticas implementadas por governos militares e a criação da Zona Franca de Manaus. Em seguida, citou os senadores que estão na CPI – o presidente da comissão, Omar Aziz (PSD), e o emedebista Eduardo Braga.
“Imagine Manaus sem a Zona Franca. Hein, senador Aziz, você que fala tanto na CPI, senador Eduardo Braga, imagine aí o Estado, ou Manaus, sem a Zona Franca”, afirmou Bolsonaro. Os senadores como uma possível chantagem do presidente sob ameaça de acabar com a Zona Franca de Manaus caso os senadores amazonenses continuem indóceis com seu Governo.
Já na noite de quinta, os dois senadores reagiram. Aziz afirmou que viu a fala do presidente com “estranheza”. “São falas que não contribuem. Também não facilitam a vida do governo na CPI”, disse.
Eduardo Braga também reagiu. “Muito estranho para alguém que diz defender a Zona Franca, direito constitucional dos amazonenses que cuidam da maior floresta em pé do mundo”, disse o senador, afirmando que não aceitará ameaças.
Outros parlamentares do Estado também reagiram. Em rede social, o vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL) disse que, ao ameaçar a Zona Franca, Bolsonaro não ameaça apenas os senadores da CPI, mas “os empregos de milhares de amazonenses, os negócios das empresas que investem em Manaus, a receita de impostos estaduais que pagam saúde e educação”.