Quem deixou R$ 1.000 na poupança perdeu R$ 48 em um ano, diz pesquisa

A caderneta de poupança registrou nova queda no poder aquisitivo em abril, segundo levantamento da empresa de informações financeiras Economatica.

No mês, a rentabilidade do investimento ficou negativa em 4,80%, já considerando a inflação dos últimos 12 meses medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) — o que, na prática, significa que quem deixou R$ 1.000 na poupança perdeu R$ 48 em um ano.

É o oitavo mês consecutivo de perdas para a poupança, que vem registrando queda no poder aquisitivo desde setembro de 2020, ainda segundo a Economatica.

A baixa de 4,80% também é a maior desde junho de 2003, quando o poupador perdeu 4,94% em 12 meses

A melhor opção de investimento em abril foi o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), que registrou valorização 1,62% acima da inflação.

Já os piores desempenhos foram o do dólar, com queda de 5,45%, e do euro (-3,14%).

De janeiro até abril deste ano, porém, somente o dólar tem valorização (1,58%) acima da inflação.

Todas as demais aplicações analisadas pela Economatica acumularam perda de poder aquisitivo.

O ouro é o que mais perdeu nos quatro primeiros meses de 2021 (-5,56%), seguido pelos fundos de inflação IMA-B (-4,44%) e pelos fundos imobiliários IFIX (-2,62%), já descontando o IPCA acumulado no período. A poupança, por sua vez, aparece com baixa de 1,82%.

A melhor opção de investimento dos últimos 12 meses foi o Ibovespa, que somou ganho de 38,33% acima da inflação no poder aquisitivo — bem a frente do segundo colocado, o IHFA (índice de fundos multimercados), com 4,92%.

Neste cenário, o dólar tem a maior perda (-6,74%), seguido pela caderneta de poupança (-4,80%).

IPCA desacelera em abril

O IPCA desacelerou a 0,31% em abril, após fechar em 0,93% em março, segundo números divulgados hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O principal impacto no índice coube aos medicamentos, com alta de 2,69%.

No mesmo mês de 2020, a variação do IPCA havia ficado em -0,31%.

O indicador acumula alta de 2,37% no ano e de 6,76% em 12 meses, acima dos 5,20% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.

A alta de 6,76% está acima do teto da meta estabelecida pelo Banco Central para este ano, de 3,75%, com margem de tolerância de 1,5 ponto para mais ou para menos — ou seja, podendo variar entre 2,25% e 5,25%.

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