O simples direito à maternidade ou à paternidade expõe mais um ponto da desigualdade de gênero no esporte. Enquanto metade do elenco masculino do Botafogo é pai, no feminino a realidade é diferente. Entre as 28 jogadoras, apenas uma já teve filho: a atacante Kamilla, que lida com a distância, a saudade e muito amor na missão de ser mãe da Kamilly.
Aos 15 anos, o futebol profissional ainda não era realidade na vida de Kamilla Morais Sotero. Se o futuro de jogos, competições e títulos não passava pela cabeça da atacante, a carreira pareceu ainda mais impossível quando ela se viu grávida. Mãe aos 16 anos, a belo-horizontina enfrentou a depressão por não aceitar a gravidez.
Durante um tempo, escondeu o lado materno por vergonha e medo do julgamento. Dez anos depois, mais madura e jogadora profissional do Botafogo, Kamilla quer que o mundo saiba o orgulho que ela sente pela filha, tanto que o nome de Kamilly virou tatuagem no braço da atleta.
– Já tentei esconder demais que estava grávida, hoje é o contrário. Escondi não pela vergonha de ter filho, mas pelo que as pessoas falam e dão a entender. Hoje não me deixa triste, mas sempre tinha o espanto por ser mãe nova. A vergonha era mais na gravidez, mas hoje não. Quando perguntam, eu falo com muito orgulho. Ela é minha felicidade – contou Kamilla em entrevista ao ge.
Leia mais em GE, clique AQUI!