O vice-presidente da República, general Hamilton Mourão (PRTB-DF), defendeu nesta segunda-feira (7) a realização da Copa América no Brasil e disse, sem mencionar o nome de Tite, treinador da Seleção Brasileira de Futebol, que, se um técnico “não quer mais, tem que pedir o boné”, ou seja, pedir demissão.
“Eu acho que faz parte dessa disfuncionalidade que nós estamos vivendo. Eu sou do tempo em que o jogador de futebol, quando era convocado para a Seleção Brasileira, era considerado uma honra”, afirmou o vice-presidente.
“O técnico ele não quer mais, o Cuiabá está precisando de um técnico, não está? Então leva lá, sai, pede o boné. Eu acho que isso é uma discussão totalmente disfuncional”, completou.
A Copa América será realizada no Brasil entre os dias 13 de junho e 11 de julho. O torneio terá início no domingo (13) com a partida entre Brasil e Venezuela, às 18h, no Estádio Mané Garrincha, em Brasília (DF).
Em conversa com jornalistas ao chegar ao seu gabinete nesta segunda, Mourão voltou a classificar a discussão sobre a realização do torneio no Brasil como disfuncional. O vice-presidente argumentou que o país sedia atualmente um torneio de ginástica olímpica, com a participação de delegações estrangeiras, que, segundo ele, é realizado em ambiente fechado. “E ninguém falou nada.”
Em meio às polêmicas com relação à realização da Copa América no Brasil durante a pandemia do novo coronavírus, o vice-presidente disse que não vale a pena misturar política com futebol.
“Não vale a pena isso aí. Vamos lembrar que em outros momentos, vamos dizer assim, durante o período em que havia uma contestação maior aqui no Brasil durante o período do governo de presidentes militares, ninguém deixou de servir a Seleção Brasileira. É bobagem isso aí.”
Ao ser questionado por jornalistas sobre se o afastamento do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Rogério Caboclo, acusado de assédio moral e sexual, poderia interferir na realização da Copa América, Mourão disse que se trata de um assunto interno da CBF.
“Não sei, isso é um assunto interno da CBF. Um afastamento por um motivo baixo nível, vamos colocar assim, né? Isso é um problema interno da confederação, que, aliás, não é novidade, né? Já tivemos outros presidentes da CBF com problemas”, disse Mourão.