A aproximação com a Bolívia, tanto por decisões políticas quanto por interesses comerciais e empresariais, teve novos passos nestes últimas dias. Um encontro na Assembleia Legislativa marcou uma série de discursos, quanto o parlamento rondoniense recebia a visita de representantes do Departamento de Beni, nosso vizinho mais próximo, para debater a ampliação de ações que permitam uma maior integração regional e entre os dois países. Uma rodovia que nos ligue ao nosso vizinho e a construção da ponte binacional, que estamos devendo aos bolivianos há mais de 100 anos, estiveram na pauta. Dias depois, um encontro numa localidade boliviana da fronteira, perto de Costa Marques, ponto de referência no lado brasileiro, reuniu o vice-governador Zé Jodan com prefeitos da região e representantes do vizinho país: governador de Beni, representante do Senado daquele país, ao lado de membros do Congresso deles e alcaides (perfeitos) da região.
O anfitrião foi o empresário rondoniense César Cassol, que tem feito pesados investimentos na produção de grãos em terras bolivianas. Reunidos na fazenda de César Cassol, as autoridades discutiram a construção de portos no lado de lá e no lado de cá. A reivindicação é que a Bolívia crie um na região de Porto Estales e nós, por nossa vez, implantemos um porto internacional em Guajará Mirim. Para César Cassol, tais medidas ajudariam muito o desenvolvimento de toda a região dos dois lados da fronteira. Depois de visitas a outros locais, os convidados foram brindados com um grande churrasco, pelo anfitrião. Outros encontros como esse se realizarão em breve.
A questão boliviana ainda está muito distante de se resolver. Há pequenos avanços aqui e ali, mas, no geral, ainda devemos muito para nossos irmãos do outro lado da fronteira. A questão da ponte, por exemplo, está entre as dívidas históricas. O assunto chegou a andar um pouco, quando o ex-senador Valdir Raupp conseguiu recursos para a obra. O projeto chegou a ser feito e apresentado, mas jamais andou. O dinheiro, ao que se sabe, nunca chegou. A construção de um pequeno porto no lado de Guajará Mirim, já está autorizado e as obras iniciadas. Mas só. Apenas isso está longe de resolver a questão.
Nossos negócios com a Bolívia estão crescendo, mas a produção que se expande não tem boas condições de escoamento. O Brasil, desde o Barão do Rio Branco, então nosso ministro do Exterior, faz seguidas promessas à Bolívia e cumpre muito poucas. Uma das que conseguiu cumprir foi a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, que, desde os anos 90 não existe mais. A ponte está neste pacote de promessas vãs. Ao menos até agora, só há conversa. De prático, nada!
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