Saúde de MS investiga segundo caso de ‘Fungo Negro’

CORUMBÁ (MS) – A Secretaria de Estado de Saúde (SES) notificou neste sábado (3),  o segundo caso suspeito de Mucormicose, o apelidado ‘Fungo Negro’, em Mato Grosso do Sul, em Corumbá. terceiro maior município do Estado. O paciente é um homem de 50 anos, residente na cidade, com quadro de hipertensão arterial sistêmica e obesidade. O primeiro fato, como o ContilNet noticiou, aconteceu em Campo Grande, sendo que paciente foi a óbito no fim da tarde desta quarta-feira (2).

O atual paciente teve histórico de Síndrome Respiratória Aguda Grave, com início dos sintomas em 22 de maio. Na quinta-feira passada (27), realizou RT-PCR detectável para Covid-19. Ele apresentou tosse, dor de garganta, desconforto respiratório e fadiga e está na UTI-Covid da Santa Casa desde 28 de maio e teve de ser intubado.

Ainda conforme as informações, já ontem, 02 de junho, foi diagnosticado com suspeita da Mucormicose, apresentando necrose ocular bilateral. Assim, a suspeita de ‘Fungo Negro’ foi levantada ou ratificada ontem.

Ele segue na UTI com ventilação mecânica. Por incrível que pareça, o paciente recebeu as duas doses da vacina contra a Covid, em 20 de janeiro e 18 de fevereiro

Primeiro caso

O primeiro caso suspeito foi relatado na última segunda-feira (31), quando o Cievs recebeu a informação da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) de Campo Grande. O paciente era um idoso de 71 anos.

O idoso apresentou os primeiros sintomas da Covid-19 em 9 de maio, mas apenas no dia 18 daquele mês teve diagnóstico positivo para a doença, sendo internado em sequência. No dia 28 de maio, já hospitalizado no Hospital Adventista do Pênfigo, começou a apresentar sintomas do fungo negro no olho esquerdo, tais como hemorragia, lesão e inchaço.

Ontem, quarta-feira (2), o paciente faleceu na Capital. O paciente chegou a ter vaga regulada para um outro hospital, mas devido ao estado de saúde, não pôde ser transferido, vindo a óbito antes de apresentar uma melhora.

O fungo

O termo mucormicose é usado para se referir a toda infecção fúngica causada por fungo da classe Zygomycetes e ordem Mucorales. As pessoas contraem mucormicose entrando em contato com os esporos fúngicos no ambiente. Por exemplo, as formas pulmonares ou sinusais da infecção podem ocorrer depois que alguém respira em esporos. Essas formas de mucormicose geralmente ocorrem em pessoas que têm comorbidades ou utilizam medicamentos que diminuem a capacidade do corpo de combater algumas doenças.

A progressão da doença leva a uma sequência de sintomas que se iniciam com dor orbital unilateral ou facial súbita, podendo conter obstrução nasal e secreção nasal necrótica. Há a possibilidade de ocorrer lesão lítica escura na mucosa nasal ou dorso do nariz, celulite orbitária e facial, febre, ptose palpebral, amaurose, oftalmoplegia, anestesia de córnea, evoluindo em coma e óbito.

O tratamento envolve remover cirurgicamente todos os tecidos mortos e infectados. Em alguns pacientes, isso pode resultar em perda da mandíbula superior ou às vezes até mesmo do olho. A cura também pode envolver de 4 a 6 semanas de terapia antifúngica intravenosa. Como afeta várias partes do corpo, o tratamento requer uma equipe de microbiologistas, especialistas em medicina interna, neurologistas intensivistas, oftalmologistas, dentistas, cirurgiões e outros.

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