Caso Lázaro: Polícia não descarta hipótese de crime sob encomenda na chacina que matou família

A Polícia Civil investiga o que levou Lázaro Barbosa a matar quatro pessoas da mesma família em Ceilândia, no Distrito Federal. Ao ser questionado se o crime pode ter sido encomendado, o delegado à frente do caso, Raphael Seixas, da 24ª Delegacia de Polícia, disse que “não descarta nenhuma possibilidade”.

O crime ocorreu no dia 9 de junho e deu início a uma perseguição contra o suspeito, que durou 20 dias. Lázaro foi morto no dia 28 de junho, após confronto com a polícia (relembre abaixo). Em coletiva à imprensa nesta terça-feira (27), o delegado também disse que os investigadores trabalham para desvendar a motivação do crime.

“Mesmo com a morte dele, o inquérito não foi arquivado. Foi decretado sigilo das investigações.”

Segundo Seixas, os policiais apuram se Lázaro recebeu ajuda para cometer os assassinatos em Ceilândia. Cláudio Vidal, Cleonice Marques, Gustavo Vidal e Carlos Eduardo Vidal foram mortos a tiros e facadas.

“Não vai ser uma investigação precipitada, para não incriminar pessoas que não são responsáveis. Vamos agir com muita responsabilidade”, disse.

Nesta terça-feira (27), durante a mesma coletiva de imprensa, o secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda, informou que vai acionar a Justiça para sequestrar bens do fazendeiro Elmi Caetano Evangelista, de 73 anos, suspeito de ajudar Lázaro durante a fuga da polícia (veja mais abaixo). O G1 tenta contato com a defesa dele.

Já o delegado Seixas afirmou que o que se pode falar, no momento, sobre o crime é que a autoria é conhecida. “Temos meios de continuar a apuração. Vamos usar todos os meios possíveis. Nada está descartado”, reforçou.

“A motivação não está esclarecida. Ele era um indivíduo conhecido por cometer crimes patrimoniais violentos, tanto em Ceilândia, como Águas Lindas de Goiás”, afirmou.

Sequestro de bens

Sobre o sequestro de bens do fazendeiro Elmi, o secretário de Segurança Pública de Goiás informou que a medida é para custear parte do valor da ação que resultou na captura de Lázaro.

“O valor total da operação está sob sigilo”, afirmou o secretário Rodney Miranda.

Um processo administrativo impôs sigilo de 5 anos sobre gastos da Polícia Civil de Goiás nas buscas a Lázaro. A classificação reservada sobre as informações foi decretada pela própria corporação após pedidos de informações sobre custos da operação, que envolveu 270 policiais, viaturas, helicópteros e dezenas de equipamentos.

O delegado da Polícia Civil de Goiás Cléber Martins disse que a corporação reúne documentos para apresentar ao Judiciário para justificar o pedido do sequestro de bens.

“Ele [Elmi] atrasou em pelo menos uma semana nossa operação”, afirmou.

Fazendeiro indiciado

O fazendeiro foi indiciado por ajudar Lázaro a fugir da força-tarefa em Cocalzinho de Goiás e por posse ilegal de arma de fogo. Ele e um caseiro foram presos em 24 de junho suspeitos de abrigar o fugitivo na propriedade rural por cinco dias.

Elmi, segundo a investigação, chegou a dar pistas falsas para polícia. Dias antes de ser preso, o fazendeiro abordou Rodney Miranda, durante buscas para dar informações falsas sobre o paradeiro do fugitivo.

Chacina em Ceilândia, perseguição e morte

Lázaro é apontado como principal suspeito de matar quatro pessoas da mesma família em 9 de junho, no Incra 9, em Ceilândia. Segundo investigação da Polícia Civil, ele invadiu uma chácara e assassinou Cláudio Vidal, de 48 anos, e os dois filhos dele, Gustavo Vidal, de 21, e Carlos Eduardo Vidal, de 15.

A esposa de Cláudio e mãe dos jovens, Cleonice Marques, de 43 anos, foi sequestrada pelo suspeito e encontrada morta três dias após o crime. Em 29 de junho, a Polícia Civil do DF divulgou que a mulher foi assassinada com tiro no crânio e que há indícios de que tenha sofrido violência sexual.

Após a morte da família no DF, Lázaro invadiu diversas chácaras, fez uma série de reféns e deixou pelo menos quatro pessoas feridas. Ele passou 20 dias foragido e mais de 200 agentes de forças de segurança do DF, de Goiás e federais participaram da operação para encontrá-lo.

Após ser capturado, o criminoso foi atingido por vários tiros. Ele chegou a ser levado por uma viatura do Corpo de Bombeiros para o Hospital Municipal Bom Jesus. A morte foi confirmada pela Polícia Técnico-Científica de Goiás e o corpo foi levado ao Instituto Médico Legal (IML) de Goiânia.

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