Nesta quarta-feira (28), é celebrado o Dia Mundial de Combate às Hepatites Virais. Considerado problema grave de saúde pública pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a infecção causada por cinco tipos de vírus (nomeadas do “A” ao “E”) atinge o fígado, causando complicações leves, médias ou graves. Por conta disto, o Ministério da Saúde, através da Lei nº 13.802/2019, instituiu a campanha “Julho Amarelo” para alertar para ações de conscientização acerca da doença.
As hepatites virais que ocorrem com mais frequência no Brasil são as A, B, C, sendo a última a maior causa de transplantes de fígado, e que pode levar à cirrose, câncer de fígado e morte. De acordo com o Ministério da Saúde, a hepatite C, que ainda não tem vacina, ainda é a maior epidemia da humanidade, cinco vezes mais do que o HIV/AIDS, impactando mais de 1,4 milhões de pessoas no mundo por ano.
A hepatite do tipo “A” e “E” são adquiridas através do consumo de alimentos e água contaminada. A do tipo “B” é ocasionada principalmente por meio sexual. Já a “C”, ocorre através do compartilhamento de objetos contaminados e não esterilizados. A “D” tem mais frequência em pessoas que já foram acometidas pelo tipo “B”.
HEPATITES VIRAIS NO ACRE
De acordo com o Boletim Epidemiológico das Hepatites Virais, publicado no ano de 2020, somente no Acre durante o período de 2000 a 2018, foram registradas 1.024 mortes por hepatites A, B, C e D, sendo a hepatite C com 483 registros. Em um período de 20 anos, que compreende de 1999 a 2019, foram 15.872 casos.
O Núcleo Estadual de Infecções Sexualmente Transmissíveis, setor ligado à Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), por sua vez, apontaram por meio do boletim estadual que as hepatites virais acometeram 3.702 pessoas nos últimos cinco anos, com 2.433 casos somente no Baixo Acre. A hepatite B é o mais comum, apresentando 71% das notificações. Já a C vem em seguida com 25% dos casos.
VACINAS
Já com relação à aplicação de vacinas contra à hepatite B, no período de 2015 a 2019, a cobertura vacinal abrangeu mais de 82% do público-alvo. Em 2019, por sua vez, foi registrada a menor porcentagem de abrangência, com apenas 51,17% de aplicação no público.
A preocupação com relação a esta doença deve-se, entre outros fatores, pelo fato de ser assintomática. Por isto, o boletim informa que “a característica predominantemente assintomática da maioria dos casos de infecção pelo HCV, bem como o fato de se tratar de uma epidemia não concentrada, conferem maior complexidade ao desafio de realizar novos diagnósticos, e tornam as ações no nível da Atenção Primária à Saúde primordiais para ampliar a capacidade de diagnóstico dos casos de hepatite C no Brasil”.
É importante destacar que as hepatites A, B e C tem cura na maior parte das vezes, apesar de estas duas últimas necessitarem de diagnósticos mais rápidos para que as probabilidades aumentem. Por conta disto, é necessário que as pessoas estejam atentas aos sintomas como coloração amarelada da pele e da parte branca do olho, dor de cabeça, urina escura e fezes claras, dor e inchaço abdominal e mal-estar geral, para que possam fazer os testes rápidos e iniciarem os tratamentos.