Durante a inauguração da nova sede do Tribunal Regional Eleitoral do Acre (TRE/AC), o ministro do Supremo Tribunal Federal e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, teceu críticas aos defensores de regimes ditatoriais no Brasil e do voto impresso.
De acordo com ele, a democracia, com todas as suas problemáticas envolvidas, é o único caminho para o diálogo e para a pluralidade. Em seu discurso, ao abordar o assunto, ele deu um conselho aos “mais novos”.
“Aos jovens de hoje, peço que não vivam a ilusão de achar que ter uma ditadura é melhor do que ter uma democracia, com todas as suas problemáticas envolvidas”, argumentou.
“Só defende ditadura quem perdeu a esperança no futuro e sente saudade de um tempo que não houve”, continuou.
Abordando as últimas repercussões envolvendo o pedido de alguns grupos no Brasil que sugerem o retorno do voto impresso, o ministro do TSE explicou que a medida não é mais segura que as urnas eletrônicas.
“Desde 1996, jamais se documentou na vida brasileira um episódio de fraude nas eleições, com as urnas, mas quando tínhamos voto impresso, os absurdos eram inúmeros, incluindo o sumiço de cédulas, etc. Em um país que ainda tem muitos casos de compra e venda votos, ter voto impresso não é mais seguro que usar urna eletrônica. O discurso de que “se eu perder, houve fraude” é de quem não aceita a democracia. As urnas são auditadas antes, durante e depois das eleições. A ideia de que voto impresso é voto auditado é uma mentira. As urnas já são auditadas”, finalizou.
Barroso também disse que, ao contrário do que algumas pessoas defendem, ele não tem interesse em ser candidato a cargo político.
“E para os que cogitam a possibilidade de eu concorrer a algum cargo nas eleições, já aviso que não sou candidato a nada e estou muito satisfeito com tudo o que a vida me deu e conquistei até aqui”, finalizou.
Na ocasião, o ministro agradeceu a presença dos convidados e autoridades, cumprimentou a presidente do TRE, Denise Bonfim, e também falou sobre o exercício da magistratura, que deve “estar a serviço do bem e do Direito”.