De olho em 2022, Gladson Cameli está cada vez mais próximo de Bolsonaro

Bolsonarista, mas nem tanto

O governador Gladson Cameli (Progressistas) já deixou claro, por inúmeras vezes, que é um aliado do presidente Jair Bolsonaro (Sem partido). Cameli, sempre que pode, agradece publicamente ao presidente pelos investimentos alocados no Estado e pelo envio de vacinas contra a Covid-19. Apesar do alinhamento político, o governador tem suas diferenças com o presidente, como as questões do enfrentamento à pandemia do coronavírus e do voto impresso. Mas nada disso parece colocar em risco o desejo do governador de ter Bolsonaro no seu palanque em 2022.

Aproximação

Prova disso é que hoje o governador foi até Brasília para acompanhar a posse do novo ministro da Casa Civil, o senador Ciro Nogueira, presidente nacional – licenciado – do Progressistas, partido de Gladson. Único governador da legenda, Gladson também foi o único chefe de Executivo estadual presente na posse. De olho nas eleições do ano que vem, Gladson estreita ainda mais seus laços com Bolsonaro, que pode inclusive se filiar ao mesmo partido de Cameli para disputar as eleições. A alta popularidade de Bolsonaro no Acre pode garantir a reeleição de Gladson.

Comitiva

Além de Gladson, o Progressistas do Acre levou uma comitiva para a posse de Ciro Nogueira. A senadora Mailza Gomes, presidente do partido no Acre, os deputados estaduais Nicolau Júnior e Gerlen Diniz, e os prefeitos Bené Damasceno, de Porto Acre, e Rosana Gomes, de Senador Guiomard, também foram até a Capital Federal prestigiar o novo ministro da Casa Civil.

Virou rotina

Mais uma pesquisa eleitoral para a disputa presidencial foi divulgada e mais uma vez Lula (PT) segue disparado na dianteira. A pesquisa, feita pelo PoderData (divisão de estudos estatísticos do Poder360), mostra Lula vencendo Bolsonaro num eventual segundo turno por 52% a 32%. Lula ganha de Bolsonaro nas regiões Nordeste e Sudeste e perde no Centro-Oeste e Sul. No Norte, ocorre um empate técnico, Lula marca 45% e Bolsonaro 42%.

Datena

Na mesma pesquisa, em um cenário de segundo turno com o jornalista José Luiz Datena (PSL), Lula continua na frente, vence com 51% contra 25% do jornalista. Já em uma disputa de segundo turno entre Datenena e Bolsonaro, ocorre um empate: 34% a 34%.

Madrecita

A deputada estadual Antônia Sales (MDB), mãe da deputada federal Jéssica Sales, saiu em defesa da filha durante a sessão da Aleac desta quarta-feira (4). Ontem, Jéssica Sales foi a protagonista de um levantamento feito pelo portal G1, que apontou a parlamentar acreana como a deputada federal que mais usou cota parlamentar do país este ano, R$ 303.168,90. “A deputada gasta o que tem direito por lei. Todos sabem que ela é uma deputada atuante, que visita os 22 municípios, adentra ramais, visita os agricultores, saber o que precisa para acertar no direcionamento dos seus recursos”, argumentou a deputada estadual. Além de Antônia Sales, os deputados Pedro Longo (PV) e José Bestene (PP) também saíram em defesa da deputada federal.

Surpresa

Uma revelação que causou certa surpresa hoje na Aleac foi a declaração de apoio à candidatura de Jéssica Sales (MDB) ao Senado por um petista, o deputado Jonas Lima. O motivo, segundo ele, é o apoio que a deputada tem dado para Mâncio Lima, terra do deputado. De acordo com o parlamentar, só com emendas para o cultivo do café no município do Juruá, Sales destinou R$ 2,5 milhões. O problema é que o PT também pode lançar um nome ao Senado, o de Jorge Viana.

Punição

Como o deputado já deixou claro que não pretende disputar a reeleição, não deve estar preocupado em sofrer punição do PT, já que o partido não costuma tolerar “infidelidade”. O presidente do partido no Acre, Cesário Braga, disse que não vê problema na declaração do deputado, mas só no caso de JV disputar o Governo. Caso dispute o Senado, aí é preciso reavaliar e conversar.

Puxada de tapete

Ainda durante a fala em que declarou apoio ao desejo de Jéssica Sales em concorrer ao Senado, Jonas Lima deixou no ar que a candidatura dela pode não prosperar, devido à interferência do governador Gladson Cameli. “Eu tenho fé que ela vai para o Senado, mas acho que o Gladson vai puxar o tapete dela, mas se não puxar, vai ficar melhor para mim”, disse.

Pode fazer diferença

A convocação dos aprovados no cadastro de reserva da Polícia Militar continua rendendo na Aleac. Hoje, o deputado Neném Almeida (Podemos) disse que se Gladson não cumprir a promessa de convocar os aprovados, vai ter pelo menos 7 mil pessoas envolvidas – entre os aprovados e familiares – fazendo campanha contra o governador no próximo ano. Um número que pode fazer diferença.

Lembrança amarga

Para justificar que o número, apesar de parecer pouco, pode definir uma eleição, Almeida foi até 2014 e lembrou que naquele ano, no segundo turno, Tião Viana (PT) venceu o adversário Marcio Bittar “por pouco mais de 2 mil votos”. E finalizou dizendo que no ano que vem não é só o governador que vai passar pelo veredito das urnas, mas ele também. “Se eu não fizer meu papel aqui de lhe cobrar e fazer justiça, também serei cobrado na urna”.

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