Ex-garçom acusado de praticar pirâmide financeira tem empresas com capital de R$ 136 mi

ex-garçom Glaidson Acácio dos Santos, de 38 anos, preso na manhã de quarta-feira pela Polícia Federal acusado de fazer parte de uma organização criminosa responsável por fraudes bilionárias envolvendo criptomoedas, na Região dos Lagos, é dono de outras quatro empresas no Rio de Janeiro e em São Paulo. Somadas elas têm capital social avaliado em R$ 136 milhões.

Também investigado pela Polícia Civil, o homem chegou a movimentar R$ 7 bilhões nas suas empresas, segundo a corporação, entre 2019 e 2020.

As companhias — duas em Cabo Frio, no Rio, e duas em Barueri, em São Paulo — juntas somam R$ 136,2 milhões.

As empresas são: G.A.S Consultoria e Tecnologia LTDA (R$ 75 milhões), G.A.S Assessoria e Consultoria Digital Eireli (R$ 60 milhões), G.A.S Inovação Tecnologia Artificial LTDA (R$ 1 milhão) e Tronipay Soluções em Pagamentos e Cartão LTDA (R$ 200 mil).

Segundo um registro do Ministério do Trabalho, até 2014, o agora empresário milionário ganhava pouco mais de R$ 800 como garçom em Búzios, na Região dos Lagos, no Rio.

O que chama a atenção dos investidores é uma Lamborghini Urus, avaliada em cerca R$ 2,5 milhões, que é indiretamente associada a Glaidson.

De acordo com a investigação do Departamento-geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro e do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), o empresário, para não deixar rastro, teria colocado os certificados de propriedade de todos automóveis em nome de terceiros, os “laranjas”.

Em março de 2015, Glaidson abriu a primeira empresa: a G.A.S Consultoria e Tecnologia LTDA. Ele é sócio-administrador e em duas delas tem a mulher, a venezuelana Mirelis Yoseline Diaz Zerpa, como sócia. Ela também era um dos alvos da PF. No entanto, está nos Estados Unidos.

Já na empresa Tronipay Soluções, Krosley Cândido dos Santos consta como sócio de Glaidson.

Apontado como líder da quadrilha, Glaidson teve apreendido em sua residência malas de dinheiro vivo.

Os agentes precisaram recorrer a uma empresa de valores para contabilizar a quantia. A contagem levou o dia inteiro e terminou no começo da noite de ontem.

Segundo a PF, foram apreendidos R$ 13.825.091,00. Também foram recolhidas 100 libras esterlinas, além de valores em euro que não foram contabilizados.

Agentes que estiveram na operação dentro da casa de Glaidson, num condomínio na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, dizem que nunca viram tanto dinheiro numa operação, nem mesmo na Lava-Jato. Os policiais também apreenderam carteiras físicas para criptomoedas.

Elas são como pendrives nos quais ficam salvos os criptoativos. Nesse formato, a PF encontrou 591 bitcoins —  equivalente a R$ 147 milhões na cotação desta quarta-feira, dia da operação.

Na busca e apreensão, os agentes ainda recolheram 21 carros de luxo. Entre os veículos há esportivos, conversíveis e os utilitários SUVs.

Somados os veículos ultrapassam o montante de R$ 5 milhões. Os automóveis foram encontrados em endereços na cidade do Rio e em Cabo Frio.

Os agentes apreenderam modelos de marcas como Land Rover, Mercedes-Benz, Audi, Mitsubishi e Corvette.

De acordo com a PF, Glaidson movimentou mais de R$ 2 bilhões na GAS Consultoria. Tratou-se de uma mudança brusca no padrão de vida do suspeito.

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