Gladson e Bittar livram Bocalom do impeachment, mas cabeça de Frank Lima está por um fio

Tem boca sim

Depois da força tarefa empreendida pelo governador Gladson Cameli (PP), pelo senador Márcio Bittar (MDB) e pelo secretário extraordinário de Assuntos Governamentais, Alysson Bestene, para livrar o prefeito Tião Bocalom (PP) do impeachment, além das orações dos aliados, o esforço deu resultado: Bocalom escapou da degola com larga vantagem, 14 a 2. As conversas dos articuladores políticos se estenderam durante todo o dia de ontem para tentar remover a ideia do impeachment tanto dos vereadores, quanto dos caciques dos partidos com presença na Câmara.

Goleada

Apesar da boa articulação para barrar o impedimento do prefeito, nem os mais otimistas dos aliados esperavam um placar tão elástico. 14 a 2 mostra que mesmo com as críticas recorrentes ao prefeito feitas na Casa legislativa municipal, a maioria dos vereadores deu um voto de confiança a Bocalom.

Segunda chance

Praticamente todos os vereadores que votaram contra o impeachment de Bocalom disseram que estavam dando uma segunda chance ao prefeito. As exceções foram Lene Petecão (PSD) e Samir Bestene (PP), que disseram ser contra o pedido de forma integral.

Fora Boca

Os únicos dois votos computados a favor do impedimento do prefeito foram dos vereadores Emerson Jarude (MDB) e Michelle Melo (PDT). Mais destacados parlamentares desta legislatura e críticos mais incisivos da gestão de Bocalom, não era esperado que votassem de outra forma. Votaram com suas razões e mantiveram seus posicionamentos.

É bom lembrar

É importante esclarecer que apesar do zum-zum-zum criado em cima da votação, o que foi avaliado hoje não foi o impeachment de Bocalom, mas a admissibilidade da denúncia. Caso prosperasse, a denúncia teria um longo rito a cumprir até se transformar de fato no afastamento do prefeito.

Reciprocidade

Depois do voto de confiança dado pela Câmara de Vereadores, chegou a hora do prefeito retribuir. Mas esperamos que essa retribuição não seja no toma-lá-dá-cá, com uma distribuição de cargos e nomeações, mas uma reciprocidade no sentido do diálogo, de uma presença forte do Executivo municipal nas discussões e na resolução das pautas da Câmara.

Comemorou

Nas redes sociais, o prefeito comemorou. “Obrigado aos 14 vereadores de Rio Branco que, de forma consciente, garantiram a continuidade de um mandato eletivo que nos deu 63% dos votos”, escreveu. Para Bocalom, com a derrubada do pedido, só quem ganha é a população. “Quem ganhará com isto é nosso querido POVO RIO-BRANQUENSE que já está provando de uma gestão honesta, transparente e preocupada em gastar bem o dinheiro público”.

A hora do líder

Se antes, a Câmara já dava sinais de que tinha passado da hora do prefeito Bocalom indicar um líder, agora isso ficou ainda mais claro. Apesar da grande diferença no placar da votação, muitos dos que votaram contra a admissibilidade do processo contra o prefeito são críticos ferrenhos da gestão. Se o prefeito não mudar o jeito e o modus operandi do trato com a Câmara, sobretudo com a indicação de um líder, pode ser que em uma próxima, ele não escape.

Nomes

Aliados de primeira hora do prefeito, os vereadores Samir Bestene e Lene Petecão seriam os nomes mais cotados para assumir a liderança do Executivo municipal na Casa legislativa.

Ganha a democracia

Retirar alguém eleito pelo povo com praticamente um semestre de mandato é algo ruim para a democracia, que banaliza o instrumento de impedimento, que deve ser usado sim, mas só em último caso. No caso de Bocalom é mais teimosia, do que crime. Ao não afastar o secretário Frank Lima para que fosse investigado de forma imparcial e correta, e ao pressionar e exonerar a corregedora-geral da Capital, Janice Lima, para que ela não investigasse o secretário, o prefeito aprendeu da pior forma como proceder corretamente.

Haja coração

Como se não bastasse toda a emoção que estava reservada para o dia de hoje, momentos antes da Câmara de Vereadores colocar em pauta a análise da admissibilidade do impeachment do prefeito, o Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) recomendou ao prefeito que o secretário de Saúde, Frank Lima, e mais dois servidores, Jorge Eduardo Bezerra Sobrinho e Tatiane Mendes de Assis, fossem afastados temporariamente, pelo prazo de 60 dias, dos cargos que ocupam na PMRB. De acordo com a assessoria do prefeito, Bocalom tem um prazo de três dias para informar sua decisão oficial.

Motivos

Os motivos expostos na recomendação do MPAC apontam que após a realização de escutas, foram verificados fortes indícios de que o secretário e os dois servidores estariam atuando para prejudicar os trabalhos da comissão processante, que é responsável pela apuração dos supostos assédios cometidos pelo secretário.

Tranquilo

Sobre a recomendação do MP, o secretário Frank Lima disse que está tranquilo. “Eu vou seguir fazendo o meu trabalho e esperar a decisão do prefeito Bocalom, que também acredita no meu trabalho e no meu caráter. Confio na Justiça”, disse.

Por um fio

O certo é que o secretário está por um fio. Como se não bastasse todo o imbróglio que as denúncias contra ele causaram na gestão do prefeito, a recomendação do MP vem pra jogar uma pá de cal na continuidade de sua gestão à frente da pasta da Saúde. Agora só resta esperar pra saber se o prefeito vai agir com a razão ou com emoção.

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